selfie de bigode para Dora.
28 de outubro de 2014
22 de outubro de 2014
16 de outubro de 2014
Alevantar ou levantar
As duas palavras estão corretas e existem na língua portuguesa. Podemos utilizar os verbos alevantar e levantar sempre que quisermos referir o ato de se pôr de pé, erguer, elevar, aumentar a altura ou intensidade, altear, arrebitar, hastear, provocar. O verbo levantar é tido como o mais correto e socialmente aceite, sendo o mais utilizado. A palavra alevantar, embora com um uso mais popular, aparece em dicionários como sendo o mesmo que levantar.
Os verbos alevantar e levantar têm sua origem na palavra em latim levantare. A palavra alevantar é ainda formada a partir de derivação prefixal, ou seja, é acrescentado um prefixo a uma palavra já existente. Neste caso temos o prefixo a- mais o verbo levantar.
O prefixo a- significa afastamento ou separação quando de origem grega, mas poderá significar afastamento, separação ou uma aproximação, a realização de um movimento para mais perto, mais junto, quando de origem latina.
Contudo, na palavra alevantar, este prefixo funciona como um elemento protético, ou seja, um elemento com valor expletivo que não provoca qualquer alteração de sentido, não trazendo nenhuma nova ideia ou significado à palavra mãe. É utilizado apenas como apoio fonético sendo, assim, dispensável.
Exemplos:
Tenho que me levantar, mas tenho tanta preguiça!
Tenho que me alevantar, mas tenho tanta preguiça!
Levante sua cabeça e não se sinta derrotada.
Alevante sua cabeça e não se sinta derrotada.
Seu comportamento suspeito levantou dúvidas sobre suas intenções.
Seu comportamento suspeito alevantou dúvidas sobre suas intenções.
Existem, na língua portuguesa, palavras que apresentam mais do que uma grafia correta. A estas palavras chamamos formas gráficas variantes. Embora haja sempre uma forma preferida e mais utilizada pelos falantes, todas as formas são corretas.
Os verbos alevantar e levantar têm sua origem na palavra em latim levantare. A palavra alevantar é ainda formada a partir de derivação prefixal, ou seja, é acrescentado um prefixo a uma palavra já existente. Neste caso temos o prefixo a- mais o verbo levantar.
O prefixo a- significa afastamento ou separação quando de origem grega, mas poderá significar afastamento, separação ou uma aproximação, a realização de um movimento para mais perto, mais junto, quando de origem latina.
Contudo, na palavra alevantar, este prefixo funciona como um elemento protético, ou seja, um elemento com valor expletivo que não provoca qualquer alteração de sentido, não trazendo nenhuma nova ideia ou significado à palavra mãe. É utilizado apenas como apoio fonético sendo, assim, dispensável.
Exemplos:
Tenho que me levantar, mas tenho tanta preguiça!
Tenho que me alevantar, mas tenho tanta preguiça!
Levante sua cabeça e não se sinta derrotada.
Alevante sua cabeça e não se sinta derrotada.
Seu comportamento suspeito levantou dúvidas sobre suas intenções.
Seu comportamento suspeito alevantou dúvidas sobre suas intenções.
Existem, na língua portuguesa, palavras que apresentam mais do que uma grafia correta. A estas palavras chamamos formas gráficas variantes. Embora haja sempre uma forma preferida e mais utilizada pelos falantes, todas as formas são corretas.
3 de outubro de 2014
1 de outubro de 2014
28 de setembro de 2014
Fazer 30 anos
Affonso Romano de Sant'Anna
QUATRO pessoas, num mesmo dia, me dizem que vão fazer 30 anos. E me anunciam isto com uma certa gravidade. Nenhuma está dizendo: vou tomar um sorvete na esquina, ou: vou ali comprar um jornal. Na verdade estão proclamando: vou fazer 30 anos e, por favor, prestem atenção, quero cumplicidade, porque estou no limiar de alguma coisa grave.
Antes dos 30 as coisas são diferentes. Claro que há algumas datas significativas, mas fazer 7, 14, 18 ou 21 é ir numa escalada montanha acima, enquanto fazer 30 anos é chegar no primeiro grande patamar de onde se pode mais agudamente descortinar.
Fazer 40, 50 ou 60 é um outro ritual, uma outra crônica, e um dia eu chego lá. Mas fazer 30 anos é mais que um rito de passagem, é um rito de iniciação, um ato realmente inaugural. Talvez haja quem faça 30 anos aos 25, outros aos 45, e alguns, nunca. Sei que tem gente que não fará jamais 30 anos. Não há como obrigá-los. Não sabem o que perdem os que não querem celebrar os 30 anos. Fazer 30 anos é coisa fina, é começar a provar do néctar dos deuses e descobrir que sabor tem a eternidade. O paladar, o tato, o olfato, a visão e todos os sentidos estão começando a tirar prazeres indizíveis das coisas. Fazer 30 anos, bem poderia dizer Clarice Lispector, é cair em área sagrada.
Até os 30, me dizia um amigo, a gente vai emitindo promissórias. A partir daí é hora de começar a pagar. Mas também se poderia dizer: até essa idade fez-se o aprendizado básico. Cumpriu-se o longo ciclo escolar, que parecia interminável, já se foi do primário ao doutorado. A profissão já deve ter sido escolhida. Já se teve a primeira mesa de trabalho, escritório ou negócio. Já se casou a primeira vez, já se teve o primeiro filho. A vida já se inaugurou em fraldas, fotos, festas, viagens, todo tipo de viagens, até das drogas já retornou quem tinha que retornar.
Quando alguém faz 30 anos, não creiam que seja uma coisa fácil. Não é simplesmente, como num jogo de amarelinha, pular da casa dos 29 para a dos 30 saltitantemente. Fazer 30 anos é cair numa epifania. Fazer 30 anos é como ir à Europa pela primeira vez. Fazer 30 anos é como o mineiro vê pela primeira vez o mar.
Um dia eu fiz 30 anos. Estava ali no estrangeiro, estranho em toda a estranheza do ser, à beira-mar, na Califórnia. Era um homem e seus trinta anos. Mais que isto: um homem e seus trinta amos. Um homem e seus trinta corpos, como os anéis de um tronco, cheio de eus e nós, arborizado, arborizando, ao sol e a sós.
Na verdade, fazer 30 anos não é para qualquer um. Fazer 30 anos é, de repente, descobrir-se no tempo. Antes, vive-se no espaço. Viver no espaço é mais fácil e deslizante. É mais corporal e objetivo. Pode-se patinar e esquiar amplamente.
Mas fazer 30 anos é como sair do espaço e penetrar no tempo. E penetrar no tempo é mister de grande responsabilidade. É descobrir outra dimensão além dos dedos da mão. É como se algo mais denso se tivesse criado sob a couraça da casca. Algo, no entanto, mais tênue que uma membrana. Algo como um centro, às vezes móvel, é verdade, mas um centro de dor colorido. Algo mais que uma nebulosa, algo assim pulsante que se entreabrisse em sementes.
Aos 30 já se aprendeu os limites da ilha, já se sabe de onde sopram os tufões e, como o náufrago que se salva, é hora de se autocartografar. Já se sabe que um tempo em nós destila, que no tempo nos deslocamos, que no tempo a gente se dilui e se dilema. Fazer 30 anos é como uma pedra que já não precisa exibir preciosidade, porque já não cabe em preços. É como a ave que canta, não para se denunciar, senão para amanhecer.
Fazer 30 anos é passar da reta à curva. Fazer 30 anos é passar da quantidade à qualidade. Fazer 30 anos é passar do espaço ao tempo. É quando se operam maravilhas como a um cego em Jericó.
Fazer 30 anos é mais do que chegar ao primeiro grande patamar. É mais que poder olhar pra trás. Chegar aos 30 é hora de se abismar. Por isto é necessário ter asas, e sobre o abismo voar.
(13.10.85)
O texto acima foi extraído do livro "A Mulher Madura", Editora Rocco - Rio de Janeiro, 1986, pág. 36.
kk, obrigado.
23 de setembro de 2014
16 de setembro de 2014
10 de setembro de 2014
7 de setembro de 2014
4 de setembro de 2014
RUA DE MÃO ÚNICA from Katásia Filmes on Vimeo.
Cinthia Marcelle e Tiago Mata Machado, 2013, 8’40’
O caráter destrutivo não vê nada de duradouro. Mas eis precisamente por que vê caminhos por toda parte. Onde outros esbarram em muros ou montanhas, também aí ele vê um caminho. Já que o vê por toda parte, tem de desobstruí-lo também por toda parte. Nem sempre com brutalidade, às vezes com refinamento. Já que vê caminhos por toda parte, está sempre na encruzilhada. Nenhum momento é capaz de saber o que o próximo traz. O que existe ele converte em ruínas, não por causa das ruínas, mas por causa do caminho que passa através delas. (Walter Benjamin)
Produzido por Katásia Filmes e 88 Filmes
Fotografia: Bernard Machado
27 de agosto de 2014
para uma nova gramática:
imagine um sentimento água. um sentimento árvore.
uma agonia vidro. uma emoção céu. uma espera pedra.
um amor manga. um colorido vento sul. um jeito casa
de ser. uma forma líquida de pensar. uma vida paredes.
uma existência mar. uma solidão cordilheira. uma
alegria pássaro em chuva fina. uma perda corpo.
uma agonia vidro. uma emoção céu. uma espera pedra.
um amor manga. um colorido vento sul. um jeito casa
de ser. uma forma líquida de pensar. uma vida paredes.
uma existência mar. uma solidão cordilheira. uma
alegria pássaro em chuva fina. uma perda corpo.
acho que hoje acordei semente. tenho andado muito temporal. minha irmã vive um momento tudo. a vida às vezes transborda pelos poros. me atinge um estado livro. aurora em meus joelhos. tem pessoas ponte. algumas carregam a gravidade nas costas. já conheci gente buraco negro. eu amo o instante limo. tem um branco em mim. a vida me urca. sofro de saudade anônima. palavras me beijam a boca
(poema do livro Pensamento Chão)
23 de agosto de 2014
17 de agosto de 2014
14 de julho de 2014
"Não me prendo a nada que me defina.
Sou companhia, mas posso ser solidão.
Tranqüilidade e inconstância, pedra e coração.
Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono.
Música alta e silêncio.
Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser.
Não me limito, não sou cruel comigo!
Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer...
Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato.
Ou toca, ou não toca."
Sou companhia, mas posso ser solidão.
Tranqüilidade e inconstância, pedra e coração.
Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono.
Música alta e silêncio.
Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser.
Não me limito, não sou cruel comigo!
Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer...
Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato.
Ou toca, ou não toca."
Clarice Lispector
2 de julho de 2014
1 de julho de 2014
13 de junho de 2014
Oi,
Você não precisa se extremar urgentemente
Nem generalizar sua opinião como quem funda um partido próprio a todo e qualquer custo.
Se sua ideologia não está fundamentada, sua opinião pode inclusive estar em formação, você tem este direito.
Urgentemente (enquanto você declara alguns óbvios absurdos)
Você precisa estudar o surfe ao invés de surfar por aí irresponsavelmente.
Você não precisa se extremar urgentemente
Nem generalizar sua opinião como quem funda um partido próprio a todo e qualquer custo.
Se sua ideologia não está fundamentada, sua opinião pode inclusive estar em formação, você tem este direito.
Urgentemente (enquanto você declara alguns óbvios absurdos)
Você precisa estudar o surfe ao invés de surfar por aí irresponsavelmente.
13 hrs ·
2 de junho de 2014
19 de maio de 2014
14 de maio de 2014
8 de maio de 2014
5 de maio de 2014
20 de abril de 2014
Demorou 29 anos mas na semana passada pari minha primeira música! É uma loa de maracatu para o Trovão das Minas, grupo que faço parte. Demorou mais de um ano entre os primeiros pensamentos até sair letra, melodia e arranjo. Tive a ajuda luxuosa da minha querida amiga Daniela Ramos na reta final. Maior felicidade desse mundo. Sempre morri de inveja dos compositores. Em breve posto aqui.
obrigado aos mestres que me inspiraram, principalmente Morais e Humberto Maracanã .
obrigado aos mestres que me inspiraram, principalmente Morais e Humberto Maracanã .
1 de abril de 2014
31 de março de 2014
PERDER TEMPO
Gente para o progresso que acredito,
A ordem é outra: Tem que se perder tempo.
Uma pausa em tudo no meio da tarde.
No meio do trabalho, no meio da vida.
A ordem é outra: Tem que se perder tempo.
Uma pausa em tudo no meio da tarde.
No meio do trabalho, no meio da vida.
O dinheiro não é tempo. Ele não compra um devaneio.
Que seja o café, o chá, um floreio ornamental,
O importante é contemplar...
Que seja o café, o chá, um floreio ornamental,
O importante é contemplar...
Progresso é perder tempo em pensamento,
discutir política, rever os atos, reconsiderar os fatos.
A poesia está no ínfimo do dia a dia.
A maioria das coisas passam desapercebidas.
Estamos cheios de sis.
discutir política, rever os atos, reconsiderar os fatos.
A poesia está no ínfimo do dia a dia.
A maioria das coisas passam desapercebidas.
Estamos cheios de sis.
Há muito além de nossa vã expectativa.
Se a ordem é o meio e o progresso é o fim,
O amor por todas as coisas é o princípio.
rafael fares
Se a ordem é o meio e o progresso é o fim,
O amor por todas as coisas é o princípio.
rafael fares
22 de janeiro de 2014
O APANHADOR DE DESPERDÍCIOS
Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas.
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que as dos mísseis.
Tenho em mim esse atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor os meus silêncios.
Não gosto das palavras
fatigadas de informar.
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas.
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais que as dos mísseis.
Tenho em mim esse atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor os meus silêncios.
Manoel de Barros
19 de janeiro de 2014
16 de janeiro de 2014
O querer
(Brisa Marques)
Quero, mas não tenho o que quero
Quero sempre o que não posso
Quero tanto que não quero querer tanto, me esforço
Mas te quero tanto quanto quero o canto enquanto verso
É cantando que converso, canto tanto quanto posso
Se reparo, me disperso, se preparo, me reforço
Quanto mais eu vento leve, mais o tempo pede forte
Para a planta está a terra, como a vida para a morte
Sou um tanto controverso, mas confesso tenho um mote
De não ter tudo o que quero, quero contar com a sorte
(Brisa Marques)
Quero, mas não tenho o que quero
Quero sempre o que não posso
Quero tanto que não quero querer tanto, me esforço
Mas te quero tanto quanto quero o canto enquanto verso
É cantando que converso, canto tanto quanto posso
Se reparo, me disperso, se preparo, me reforço
Quanto mais eu vento leve, mais o tempo pede forte
Para a planta está a terra, como a vida para a morte
Sou um tanto controverso, mas confesso tenho um mote
De não ter tudo o que quero, quero contar com a sorte
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