22 de janeiro de 2015

https://www.youtube.com/watch?x-yt-ts=1421782837&x-yt-cl=84359240&v=uHUaT2iQ29M

nesse clipe atuei como operador de stadicam

19 de janeiro de 2015

12 de janeiro de 2015

Manifesto Farofa

"A praça é do povo, como o céu é do condor"
Castro Alves

Venho através deste manifesto manifestar.
Há poucos dias, a praia, em forma de Praia da Estação, chegou a Belo Horizonte na Praça da Estação e de uma maneira surpreendente nem todos ficaram contentes. Viva a praia, a praia é de todos!
Viva a praia que nasceu de forma espontânea(ou, digamos, natural) repudiando o decreto que proíbe eventos de qualquer natureza na praça pública da estação. Abaixo a genialidade da prefeitura em conservar a praça, vazia.
Viva a tradicional família mineira! É importante lembrarmos que a praça em questão, a Praça da Estação, teve sua reforma realizada com o apoio, ou melhor com o dinheiro de uma família tradicional mineira.
Viva a visão além do alcance. Uma das integrantes da tal família, uma senhorita, em seu depoimento sobre o fechamento da tal praça afirma que concorda com o fechamento porque vê de seu camarote a depredação da praça, por exemplo, um homem fazendo xixi num monumento. Viva o camarote, os palácios e os feudos!
Saudemos os camarotes nas praças do centro de Belo Horizonte que dão ampla visão aos nossos aristocartas. Coisa chique. Salva de palmas para ela!
Uma aristocrata que se preza tem que ter um camarote e ser muito observadora. Ver os mínimos detalhes.
Senhoras Chiques, gostaria de convidá-las para Paris Plage, a praia feita em plena Paris em frente a prefeitura durante o verão.
Viva a Paris Plage francesa, lá todos os civilizados se sentem a vontade de curtir uma praia em plena praça. Viva o museu do Louvre e o museu de Artes e Ofícios na Praia da Estação!
Lá sim as pessoas são educadas o bastante e não fariam xixi na praça. Mas aqui não. Aqui é um país que não tem verão. Abaixo ao verão e ao efeito estufa!
Quer dizer, pode até ter no Rio de Janeiro ou na Bahia, Belo Horizonte não. Aqui temos hábitos mais moderados, realmente não gostamos de festa. Viva o come quieto! Viva o pão de queijo!
Quanto a depredação, o xixi na rua, vale cantarmos nossa Olinda. "Olinda quero cantar". Em Olinda e em Recife, desfilam milhões de pessoas. Olinda é considerada toda ela, e não só a praça, um patrimônio. Viva o carnaval, a tropicália e Dionísio na pessoa de Zé Celso Martinês!!
E onde será que as pessoas fazem xixi em Olinda? Porque será que todas elas voltam no ano seguinte? Como a cidade não veio a baixo, ou flutuou no mijo alheio? São perguntar que não querem calar.
Agora, todos que estiveram lá garantem: a festa é linda e talvez seja a maior manifestação popular do mundo. Em Belo Horizonte, o que fazem as pessoas? E a prefeitura dita popular? Abaixo as festas populares!
Nesses dias de praia da estação escutei muito que as pessoas que lá estão são farofeiras. Qual é o problema que as pessoas têm com a farofa?
Viva a Farofa, ela é uma delícia, assim como a praia.
Farofa prato brasileiro feito com farinha de mandioca, planta sagrada para nossos indígenas.
Viva a comida prática e fácil de comer com a mão. Será que os aristocratas belorizontinos topariam?
Viva o encontro dos chiques brasileiros com os indígenas e com a farofa. Que todos tenham um objeto indígena interessante na sala de estar, para quando vier um amigo estrangeiro. Viva os povos indígenas brasileiros, a vida a céu aberto e a antropofagia!
Abaixo a melancolia, viva a praia da alegria. Momento único para minha câmeraeye.
Viva as pessoas de todas as idades e espécies numa comunhão praiana. Sou praieiro, sou guerreiro, sou farofeiro, sou brasileiro!
Viva o encontro de pessoas e o desfrutar de uma tarde de sol comendo farofa caseira e com a mão, elas são infindas!
Lutemos por nossos direitos, mas de forma alegre e festiva. Abram alas para a realização dos sonhos, exóticos, paradisíacos e o melhor, que não estejam perdidos no passado. Viva a farofa nossa de cada dia!
Ao invés de proibir, oxalá que nossa prefeitura "compre" a idéia dando estrutura para o evento. Colocando, porque não, banheiros públicos para que as pessoas não necessitem do chão.
Que venham todas as Renatas, as Leilas, as Solanges e Angelas. Mesmo que elas estejam em seus camarotes!
Que elas acenem para o povo, como se estivessem no Copacabana Palace e todos esperassem pela Madona. Viva a cultura Pop e nossos ídolos.
Vivas as prefeituras tem um pé também na Europa, ou outra visão ilusionista qualquer. Que elas comam farofa com a mão, andem descalças, ou simplesmente tomem um banho de mangueira num quintal onde não há um rio ou uma praia potável. Viva os franciscanos e as carmelitas descalças.
Viva uma Belo Horizonte francesa desde a fundação, porém com a mesma rebeldia de quem um dia já cortou a cabeças de seus reis. Viva maio de 68, Viva todas as revoluções!!!