28 de dezembro de 2016

27 de dezembro de 2016

23 de dezembro de 2016

O homem que muda de endereço percebe que não morava na cidade: morava em uma pequena parte dela. O que é que unifica a cidade em torno de seus habitantes parciais? O que é que faz de São Paulo, por exemplo, uma cidade compartilhada, com características comuns entre todos os seus 12 milhões de habitantes? É o imaginário urbano. A música, a literatura, a poesia.
Não só do cotidiano banal se alimenta a existência do homem comum. A cidade que o habita não é somente a dos pequenos circuitos do dia-a-dia; muito além desses, a cidade tem uma história. Tem um passado do qual resultou uma linguagem própria, ainda que impossível de sintetizar. Do ponto de vista do homem comum, que cidade é mais real: a das ruas, praças e prédios que ele percorre e vê todos os dias ou a cidade inconsciente que vive nele sem que ele perceba?
O homem comum não ganha transcendência por si só. Para se perceber como universal, cidadão de um mundo muito maior do que o circuito de quarteirões que percorre todo dia, ele se apropria de alguma identidade através da palavra dos poetas e dos cantores populares, que fazem sua “mais completa tradução” (Caetano Veloso). Só eles permitem que o inconsciente da cidade e o de seus habitantes infames (o que significa: sem fama) ganhem voz, contorno, imagem.
Existe uma cidade recalcada, sim. Cidade das histórias que ninguém contou ou que ficaram esquecidas. Cidade das casas demolidas, da memória destruída, das referências perdidas, evocadas pelos enigmáticos nomes dos lugares: Consolação, Liberdade, Paraíso. Ladeira da Memória. Largo da Pólvora, Largo da Batata. A cidade recalcada é a história calada de suas populações: das migrações, das lutas cotidianas, dos conflitos políticos, greves, passeatas, manifestações permitidas ou reprimidas.
Uma cidade esquecida, tanto quanto são esquecidos seus habitantes infames – homens sem publicidade, cidadãos sem fama. A cidade recalcada guarda o segredo de alguns banhos de sangue, injustiças, sofrimentos solitários e coletivos. E também de alguns dias lindos, algumas vitórias felizes, festas coletivas, momentos de distensão e de festa.
Os poetas, os cantores que amam a cidade, são responsáveis pela criação do espaço imaginário onde podemos conviver em paz.
Quando eu morrer quero ficar, / Não contem aos meus inimigos, / Sepultado na minha cidade, / Saudade. // Meus pés enterrem na rua Aurora, / no Paissandu deixem meu sexo, / Na Lopes Chaves a cabeça / Esqueçam. // No Pátio do Colégio afundem / O meu coração paulistano: / Um coração vivo e um defunto / Bem juntos. // Escondam no Correio o ouvido / Direito, o esquerdo nos Telégrafos, / Quero saber da vida alheia, / Sereia. / / O nariz guardem nos rosais, / A língua no alto do Ipiranga / Para cantar a liberdade. / Saudade… // Os olhos no Jaraguá / Assistirão ao que há de vir, / O joelho na Universidade, / Saudade … // As mãos atirem por aí, / Que desvivam como viveram, / As tripas atirem pro Diabo, / Que o espírito será de Deus. / Adeus. (Mário De Andrade,Lira paulistana)
Mário de Andrade enumera os bairros (hoje antigos) de São Paulo por onde seu corpo (isto é, sua memória) deve se espalhar depois de sua morte. Bela maneira de unificar a cidade, de guardá-la na linguagem como um grande corpo querido, o corpo urbano misturado ao corpo do poeta.
Mistura que nem sempre é tão doce quanto a do poema Lira paulistana. A cidade também pode contaminar o corpo, que adoece com os males urbanos.
A cidade perfura / o corpo / até a medula. // Contamina os ossos / com seus crimes. / Bica o fígado. / pesa sobre os rins. / Imprime seu labirinto de cinzas / na árvore dos pulmões. / A cidade finca raízes / no espaço das clavículas. Esta cidade: minha cela. / Habita em mim / sem que eu habite nela. (Donizete Galvão, A cidade no corpo)
Nas ruas ladeadas por imensos outdoors, quem tem nome, quem tem existência pública, são as marcas – não os homens. As marcas mudam todas as semanas, mas isso não faz diferença – seu apelo é sempre o mesmo. Elas apelam para que o homem comum esqueça a dimensão pública de sua existência e marque presença pelas roupas que veste, pelo carro que dirige, pela cerveja que bebe, pelo cigarro, pelo tênis, pelo shopping que ele frequenta. Sendo assim, o homem comum mal existe: ou ele desaparece sob as marcas que o tornam igual a todos os consumidores ou sente-se invisível porque não pode comprá-las.
Se o cidadão anônimo, testemunha da existência da cidade que vive no inconsciente de seus habitantes, não tem existência pública, onde se manifesta a cidade que o tempo e a “força da grana que ergue e destrói coisas belas” (Caetano Veloso) soterraram? E vice-versa: se a cidade só existe plenamente no esquecimento do homem comum, em que espelho ele há de reconhecer seu rosto, seu passado, sua discreta presença no mundo?
Beco que cantei num dístico / Cheio de elipses mentais, / Beco das minhas tristezas, / Das minhas perplexidades / (Mas também do meus amores, / Dos meus beijos, dos meus sonhos), / Adeus, para nunca mais! // Vão demolir esta casa. / Mas meu quarto vai ficar, / Não como forma imperfeita / Neste mundo de aparências: / Vai ficar na eternidade, / Com seus livros, com seus quadros, / Intacto, suspenso no ar! (Manuel Bandeira, Canção do beco)
As cidades são o reino da fugacidade. Tudo passa depressa demais, corroendo as representações imaginárias da continuidade da existência. Contra o sentimento angustiante da transitoriedade, os homens dispõem de dois recursos: de um lado há os que apostam na eternidade de Deus. De outro, os que buscam deter o instante fugaz na criação estética.
O poema de Manuel Bandeira canta o desaparecimento de um cenário afetivo, capítulo da história do autor. Mas ao cantar a destruição do beco, Bandeira o eterniza na linguagem. Faz o itinerário do beco à casa e da casa ao quarto, espaço do amor e da intimidade do poeta.
Mas não nos enganemos: o poeta não é o homem comum. É quem lhe dá existência simbólica, existência em palavras e em memória. Sem o poeta, quem atestaria a existência dos anônimos de todas as multidões urbanas? Quem daria voz e significado a essas “vidas infames”, passageiras, insignificantes? A poesia moderna canta a existência do homem comum. É poesia das coisas, dos instantes fugidios, da transitoriedade e da imanência. Nostalgia do passado recentíssimo, pois na cidade as coisas duram menos que a biografia dos seus habitantes.
Refiro-me à cidade como espelho fragmentado, que devolve ao homem comum um pouco de sua identidade e de sua memória. Mas a cidade veloz, atordoante, inquieta e semiconsciente de si mesma é também aquela que permite ao seu habitante… esquecer-se. No tumulto das ruas, o homem comum experimenta a possibilidade de libertar-se um pouco das lembranças que o prendem a si mesmo e viver a vida como se fosse um outro.
O excesso de memória pode ser um fardo. O homem urbano, que vê a cidade ser destruída e reconstruída todos os dias, que perde sua cidade e com isso perde fragmentos do espelho onde tenta se reconhecer, estará condenado a lembrar, a rememorar e a ter saudades? Às vezes, o esquecimento pode ser uma bênção. A versão mais contemporânea da cidade talvez seja esta: é o espaço onde o homem obtém a suprema graça de se esquecer e de se perder. É na cidade que o homem comum pode se entregar ao fluxo dos dias, desapegado de si. O poeta e seus amigos, expulsos do beco, da casa demolida, da “saudosa maloca”, foram dormir “na grama dos jardins” (Adoniran Barbosa) – e cantam não para lembrar-se, mas para esquecer. Se a cidade é a casa do homem comum, seus verdadeiros proprietários são os que vivem ao desabrigo; são os mais insignificantes dos homens comuns: os que sobraram, que a cidade não abrigou.
Voltemos a nosso cidadão comum que mudou de endereço. Pode ter acontecido algo bem pior: o homem perdeu o emprego, o senhorio aumentou o aluguel, na casa da sogra não tinha lugar para a família toda, e ele foi viver num barraco, na favela. Mas um dia a favela também foi despejada do último pedaço da cidade que ainda acolhia, bem ou mal, os que sobraram.
Tomo a liberdade de, em vez de um poema, inserir aqui um samba.
Quando o oficial de justiça chegou / lá na favela / e, contra seu desejo, / entregou a seu Narciso / um aviso, uma ordem de despejo. // Assim dizia a petição: / dentro de dez dias eu quero a favela vazia / e os barracos todos no chão. // Ô ô ô ô ô meu senhor, / é uma ordem superior. // Não tem nada não, seu doutor / não tem nada não. / Amanhã mesmo, vou deixar meu barracão / pra não ouvir o ronco do trator. / Pra mim, não tem problema / em qualquer canto eu me arrumo / de qualquer jeito me ajeito. / Depois, o que eu tenho é tão pouco! / minha mudança é tão pequena / que cabe no bolso de trás. / Mas essa gente aí, como é que faz? (Adoniran Barbosa, Ordem de despejo)
Nosso homem comum, despejado da favela, ainda tentou viver em um edifício abandonado, onde há muitos anos não mora ninguém. O dono nunca pagou o IPTU, nunca fez uso do prédio, esperou a especulação imobiliária valorizá-lo para vender bem. Quando viu sua propriedade ocupada, o dono do prédio entrou na justiça e conseguiu expulsar os moradores. Foi o último capítulo da história desse nosso semelhante, o homem urbano comum: virou um resto, uma sobra da cidade, um morador de rua.
A invenção do criminoso (2010). Em Agosto de 2010 seis homens foram presos em Belo Horizonte acusados do crime de formação de quadrilha. Seu delito, enquanto “quadrilha”, foi inédito nessa categoria: eles eram pixadores e integravam o grupo conhecido como os Piores de Belô. A sequência de stencils revela a imagem publicada nos jornais à época da prisão, construída camada a camada. A acusação de formação de quadrilha para praticantes da pixação é uma estratégia que segue a lógica de criminalizar determinados sujeitos sociais. Neste caso, um crime de “menor potencial ofensivo” (punido com medidas alternativas) é agravado por um crime comum. O caso foi julgado em Novembro de 2014, e culminou com a condenação de três dos integrantes do grupo a penas de até 2 anos e 8 meses, depois de terem ficado 117 dias presos em prisão preventiva.
“Seu Narciso”, de Adoniran, pergunta pelos companheiros de favela: “Mas essa gente aí, como é que faz?”
Para ele não tem problema, mas ele se preocupa com os outros. Será que a solução para o problema dos que sobraram, na cidade privatizada, é só deles? Ou será um problema da cidade toda, portanto um problema nosso? A solidariedade não é o contrário do interesse individual. Não será nosso interesse viver em uma cidade que não nos envergonhe?
Pensar em estratégias para abrigar com dignidade estes que sobraram, que ficaram sem lugar na cidade, também é pensar em nós, os que a cidade trata bem. Afinal, por que nos reconhecer em uma cidade onde alguns são cidadãos, outros são sobras? Não sei responder à pergunta sobre como viver junto, a não ser com uma outra pergunta: em que tipo de cidade queremos viver?
Maria Rita Kehl

21 de dezembro de 2016


Valeu 2016.
Aprendemos muito juntos no rolê.
Feliz ano novo.



sobre o dia mais longo do ano

evém o verão

20 de dezembro de 2016

1 de dezembro de 2016

30 de novembro de 2016

14 de novembro de 2016

7 de novembro de 2016

pra aproximar-se é preciso se afastar

só se debruça dando de ombros

20 de outubro de 2016

O que eu sei
Sei poucas coisas sei que ler
é uma coreografia
que concentrar-se é distrair-se
sei que primeiro se ama um nome sei
que o que se ama no amor é o nome do amor
sei poucas coisas esqueço rápido as coisas
que sei sei que esquecer é musical
sei que o que aprendi do mar não foi o mar
que só a morte ensina o que ela ensina
sei que é um mundo de medo de vizinhança
de sono de animais de medo
sei que as forças do convívio sobrevivem no tempo
apagando-se porém
sei que a desistência resiste
que esperar é violento
sei que a intimidade é o nome que se dá
a uma infinita distância
sei poucas coisas. *
Ana Martins Marques

10 de outubro de 2016

tô orgulhoso de mim
peguei um bicho de pé

8 de outubro de 2016

6 de outubro de 2016

5 de outubro de 2016

Ama, bebe
E cala. O mais é nada.
“Odes”, 03.11.1923, Ricardo Reis

F.P.

4 de outubro de 2016

Algo se move
Se movimenta 
Por entre as pedras 
Algo corrente
Fio d'água 
Algo que aflora
Fazendo surgir um outro espaço
Algo alga
Numa dança aquática
Algo mole
Gelatina no pirex
Algo que filtra
Algo serpentino
Algo que vaza
Em direção à superfície
Algo novo
Algo surpresa
Aparecendo com vontade
Algo na direção da luz

Jorge Salomão

28 de setembro de 2016

Divagar

Essa palavra tem a função morfológica de verbo, e seu significado é de “imaginar”, “fantasiar” ou até mesmo “devanear”. Ou seja, quando uma pessoa está “voando nos pensamentos” podemos dizer que ela está “divagando”. É muito comum também o uso desta palavra quando a pessoa começa a se perder em sua fala e fugir do assunto. Como é um verbo, muitas vezes “divagar” será flexionado conforme o tempo, modo, voz, pessoa ou número. Veja alguns exemplos para entender melhor:

27 de setembro de 2016


                                    ( , )
O MEDO DE SER LIVRE    E    O MEDO DE NÃO SER LIVRE

26 de setembro de 2016

http://cartamaior.com.br/?%2FEditoria%2FPolitica%2FMarilena-Chaui-Liberdade-e-afastar-as-paixoes-tristes-%2F4%2F36877

24 de setembro de 2016

“Só outro silêncio. O senhor sabe o que o silêncio é? É a
gente mesmo, demais.”

J G R

19 de setembro de 2016

"II
Não sejas o de hoje.
Não suspires por ontens...
Não queiras ser o de amanhã.
Faze-te sem limites no tempo.
Vê a tua vida em todas as origens.
Em todas as existências.
Em todas as mortes.
E sabe que serás assim para sempre.
Não queiras marcar a tua passagem.
Ela prossegue:
É a passagem que se continua.
É a tua eternidade. . .
É a eternidade.
És tu.
III
Não digas onde acaba o dia.
Onde começa a noite.
Não fales palavras vãs.
As palavras do mundo.
Não digas onde começa a Terra,
Onde termina o céu.
Não digas até onde és tu.
Não digas desde onde é Deus.
Não fales palavras vãs.
Desfaze-te da vaidade triste de falar.
Pensa, completamente silencioso.
Até a glória de ficar silencioso,
Sem pensar.
IV
Adormece o teu corpo com a música da vida.
Encanta-te.
Esquece-te.
Tem por volúpia a dispersão.
Não queiras ser tu.
Queira ser a alma infinita de tudo.
Troca o teu curto sonho humano
Pelo sonho imortal.
O único.
Vence a miséria de ter medo.
Troca-te pelo Desconhecido.
Não vês, então, que ele é maior?
Não vês que ele não tem fim?
Não vês que ele és tu mesmo?
Tu que andas esquecido de ti?"
Cânticos, Cecília Meireles.

18 de setembro de 2016

Anotação_Wislawa Szymborska
A vida - única possibilidade
para se cobrir de folhas,
tomar fôlego na areia,
voar com asas;
ser um cão
ou acariciar seu pelo quente;
diferenciar a dor
de tudo que não é ela;
imiscuir-se nos acontecimentos,
perder-se nas paisagens, procurar o menor dentre os erros.
ocasião excepcional
para lembrar por um momento
do que se falava junto a lâmpada apagada;
e uma vez pelo menos
tropeçar numa pedra,
molhar-se em alguma chuva,
perder chaves na grama
e seguir com a vista uma fagulha no vento;
e incessantemente não saber algo de importante.

12 de setembro de 2016

a estrada
a chuva
o tempo de um anoitecer e suas cores

sede de viver tudo
molhar o corpo
se deitar na relva
regar as flores do colo do meu amor

27 de agosto de 2016

25 de agosto de 2016

24 de agosto de 2016

Urso

O urso, frequentemente encontrado em brasões, simboliza força e destreza. É um animal feroz que demonstra essa característica especialmente quando age em defesa da sua família. No Norte da Europa, ele - e não o leão - é o rei dos animais.
A figura do urso, todavia, se contrasta com a ideia dócil do animal brincalhão e que é atraído pelo mel. Ele demonstra evolução, mas também regressão quando se mostra um animal agressivo.

Espiritual

O urso é considerado sagrado em muitas culturas, à medida que se relacionada com divindades ligadas à guerra, tal como a deusa Diana, ou Ártemis, para os gregos.

Xamanismo

O urso é dos animais de mais relevo dentre as práticas xamãs, onde é uma referência da medicina e cura.
Os cristais - que são associados a esse mamífero - além de transmitir boas vibrações, têm a capacidade de curar. Os cristais associam-se aos ursos em virtude de serem encontrados nas cavernas em que os mesmos hibernam.

Tatuagem

A tatuagem do urso carrega a simbologia desse animal que se sobressai entre muitos e é mais frequente entre o gênero masculino, especialmente em decorrência da associação com a força.

Sonhos

Para o psicanalista Jung, o urso representa o lado maléfico do nosso inconsciente. Assim, popularmente é dito que sonhar com ursos é um prenúncio de perseguição por pessoas que não querem o nosso bem e com as quais temos de ter cuidado.

23 de agosto de 2016

Sabe o que eu quero de verdade? Jamais perder a sensibilidade, mesmo que as vezes ela arranhe um pouco a alma. Porque sem ela não poderia sentir a mim mesma."

C.L.

22 de agosto de 2016

aceita
e agradece

só preciso de amor
e um pouco de fita isolante

21 de agosto de 2016



o tremendão

19 de agosto de 2016

http://periodicos.ufsm.br/revislav/article/view/22442/pdf
AMAZONA
(Luiz Caldas)

No igarapé piscina do mar
Pra se bronzear,
Pegar cor de canela
Amazonas, tem indio caboclo moreno
Tem india cabocla morena
Que é tão linda
Que faz doer
Eu fiz amor no igarapé
Numa boa, água boa
Amazonas, tem indio caboclo moreno
Tem india cabocla morena
Que é tão linda
Que faz doer
Quando eu voltar ao igarapé
Tamba, tajá, macuxi menina mulher
Menina mulher
http://www.papodehomem.com.br/nao-era-de-submissao-que-ela-gostava-no-sexo?utm_content=bufferd3503&utm_medium=social&utm_source=facebook.com&utm_campaign=buffer

http://www.sanchezlab.com/pdfs/Sanchezetal2012PSPB.pdf

17 de agosto de 2016



amortecer
a morte
amo te
amor teço
adormeço
a dor
a dor meço

sou grato de poder amar uma mulher
aprender o que se tem a ensinar
ver sentir poder tocar

14 de agosto de 2016