27 de dezembro de 2017



rincon fechando a tampa de 2017

19 de dezembro de 2017




 abertura do Arábia. talvez o plano mais bonito que filmei.

18 de dezembro de 2017

http://www.albertopucheu.com.br/pdf/livros/maiscotidianoqueocotidiano.pdf

金継ぎ

13 de dezembro de 2017



do meu Mestre Raulino.

5 de dezembro de 2017

4 de dezembro de 2017

você pode ser forte e suave, sensivel e direto ao mesmo tempo

VS

3 de dezembro de 2017

"No fundo, a ruptura não é vencer o inimigo, mas deixar de viver no mundo que esse inimigo construiu"

Rancière

23 de novembro de 2017

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O chakra do coração é o cerne da receptividade e da aceitação. Um dos benefícios de mergulhar nas meditações que envolvem esse chakra é a possibilidade ou mesmo a facilidade de tornar-se uma pessoa cada vez mais receptiva. A palavra receptividade vem de recipiere – receber, acolher. Com esse chakra desenvolvido, revela-se uma capacidade natural de acolher toda sorte de contrariedades e você se sente emocionalmente acolhido pelo mundo. Quando harmonizado ele lhe dá a sensação de pertencer ao lugar onde você está pisando, ser amparado por uma “atmosfera espiritual” e “sustentado” pela força que organiza o Universo. O chakra do coração saudável leva você a acolher o outro e esse é um dos segredos da felicidade por ele gerada. Ele produz um vívido senso de companheirismo e sentimento de cumplicidade pelo próximo.
O seu quarto chakra é hospitaleiro também com você mesmo, nele você encontra o seu “lar”. Osho diz em seus discursos: “lar é onde o coração está”. Você se sente em casa quando o coração está presente. Na verdade, você se sente em casa “dentro” do seu coração, quando aprende a habitar o chakra cardíaco; quando passa a aceitar a infinita hospitalidade que ele tem em relação a você, a infinita hospitalidade que você carrega no centro do peito. Quando aprende a abrir mão da mente para confiar na hospitalidade do coração. Para conhecer a meditação precisamos, mesmo que por momentos, abrir mão de nossas mentes, mas não o fazemos por medo da morte, pressupondo que ficar sem pensar é perder o controle e que isso significaria a morte. E este medo da morte está ligado ao medo de ficar sozinho. Porém, você nunca irá se sentir sozinho se conhecer com intimidade seu chakra do coração. Em lugar de se sentir sozinho, irá sentir-se consigo mesmo, e integrado a todo o universo. Se você se sente sozinho, na verdade, é por estar afastado do seu quarto chakra.
O chakra do coração é um “telefone desocupado”. A mente é um telefone sempre ocupado. Há uma história tradicional sufi que fala do discípulo que foi reclamar com o mestre: “Mestre, eu tenho tentado de tantas maneiras, mas não consigo falar com Deus, como fazer?”, é quando o Mestre vira-se e sentencia: “em vez de me pedir o telefone de Deus, seria melhor você desocupar o seu telefone, pois Ele tenta ligar para você insistentemente, mas encontra sempre sua linha ocupada”. A mente é um telefone sempre ocupado. O coração é como um poderoso PABX para onde podem ligar 300 pessoas, sempre haverá uma linha disponível para acolher a quem chega.
A aceitação do chakra do coração não deve ser confundida com passividade. Ela é pura afabilidade, é uma capacidade de atender ao que vem do lado de fora, enquanto a passividade é resistir ao que vem de fora. A passividade é a habilidade de evitar estímulos enquanto a aceitação do quarto chakra é uma resposta plena e completa do estímulo que chega a você.
O acolhimento do quarto chakra começa por agasalhar a própria pessoa, o dono do chakra. Começa por abrigá-lo e ampará-lo. O primeiro a poder se refugiar em seu quarto chakra é você mesmo; ele lhe dá a capacidade de acolher ao outro sem que você perca o seu centro. Basta que você se lembre de que também pode se acolher nele.
Quando você entra em meditação está entrando no caminho do desconhecido; se você está buscando a meditação, está buscando algo que desconhece e não uma confirmação daquilo que conhece e, para que você possa entrar plenamente em uma área desconhecida, é melhor ter a aceitação e a confiança que esse chakra proporciona. A espiritualidade é algo que não se pode enxergar com os olhos costumeiros. É necessário estar receptivo para poder entrar em contato direto com ela; na verdade, é ela quem se contata com o seu ser, da forma e na medida em que é possível, na medida em que você permite. Esse é o sentido da aceitação e da receptividade para a experiência espiritual. A busca da espiritualidade consciente talvez dependa muito mais de uma atitude receptiva do que ativa. Meditação é, no fundo, a arte de saber aceitar integralmente. A realização espiritual já está aqui o tempo todo, não precisa ser buscada, mas “recebida”.
Meditação é entrar em contato com uma “contra-parte” sua. Essa “contra-parte” está sempre observando e testemunhando o que se passa, o que acontece com a sua “parte consciente”. Na meditação você tem a atitude de testemunhar a si mesmo, para entrar em sintonia com esta “contra-parte”. Para a meditação acontecer, é necessário ir aos poucos se tornando receptivo, e desta maneira estabelecer o contato com essa consciência que já existe em você.
E para você chegar aí e poder contar com a receptividade necessária, o caminho mais simples e curto é abrir, limpar e vitalizar o chakra do coração. A receptividade deste chakra é a mais democrática; ela está ao alcance de qualquer ser humano, por mais simples ou complexo que seja. Incluindo, é claro, eu e você.

Lar é onde o Coração Estáhttp://pedrotornaghi.com.br/blogger/?page_id=294


3 de novembro de 2017

a menina dos meus olhos

mais uma vez obrigado aos japoneses
Designer: Yoshihisa Maitani,

http://www.olympusamerica.com/files/oima_cckb/XA_Instructions_EN.pdf

31 de outubro de 2017

https://desenhares.wordpress.com/2017/10/21/ficar-em-silencio-e-caminhar-sao-hoje-em-dia-duas-formas-de-resistencia-politica/

29 de outubro de 2017

Diante de situações conflituosas é um bom exercício se deixar invadir pelo silêncio, observar e ter paciência para que o amor possa mostrar aquilo que não conseguimos ver num primeiro momento. O amor nos mostra como o mais importante é deixar florescer o aprendizado em nosso coração.

Flora Lopes

27 de outubro de 2017

26 de outubro de 2017

Solitude é você fazer sua própria música.

Josi Lopes em Cânticos para Solitude

25 de outubro de 2017

as 25 mais tocadas

24 de outubro de 2017

22 de outubro de 2017

http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/2014/05/1455424-uma-reflexao-de-richard-serra-sobre-o-que-nao-e-leve.shtml
Jean-Luc Lagarce


Nós devemos preservar os lugares da criação, os lugares do pensamento, os lugares do superficial, os lugares da invenção, daquilo que ainda não existe, os lugares da interrogação de ontem, os lugares do questionamento. Eles são nossa bela propriedade, nossas casas, de todos e de cada um. Os impressionantes edifícios da certeza definitiva, não nos fazem falta, paremos de construí-los. A comemoração também pode ser viva, a lembrança também pode ser alegre ou terrível. O passado não deve ser sempre murmurado ou caminhar com passos abafados. Nós temos o dever de fazer barulho. Nós devemos conservar no centro de nosso mundo o lugar de nossas incertezas, o lugar de nossa fragilidade, de nossas dificuldades em dizer e em falar. Nós devemos permanecer hesitantes e resistir assim, na hesitação, aos discursos violentos ou amáveis dos peremptórios profissionais, das lógicas economistas, os conselheiros-pagantes, utilitários imediatos, os hábeis e os espertos, nossos consensuais senhores.

Não podemos nos contentar com nossa boa ou má consciência diante da barbárie dos outros, a barbárie nós a temos em nós, ela só nos pede para devastar, para estourar o mais profundo de nosso espírito e fundir no Outro. Nós devemos ficar vigilantes diante do mundo, e ficar vigilante diante do mundo é ainda sermos vigilantes diante de nós mesmos. Nós devemos vigiar o mal e o ódio que nutrimos em segredo sem saber, sem querer saber, sem mesmo ousar imaginar, o ódio subterrâneo, silencioso, esperando sua hora para nos devorar e se servir de nós para devorar inocentes inimigos. Os lugares da Arte podem nos afastar do medo e no momento em que temos menos medo, somos menos maus.

Nós não devemos ser amnésicos, mas não ser amnésicos, não é a cada dia, cada noite, das oito às oito e meia, a hora de nossa prece e de nossos perdões coletivos. Não ser amnésicos, não é apenas olhar o passado se afastar lentamente de nós, nossa bela convalescença, não ser amnésico, é olhar de frente o dia de hoje, este dia, e olhar ainda amanhã, direto e reto, nada ver, evidentemente, não o pretender, parar de afirmar, mas andar mesmo assim, manter o olhar claro, o passo lento e ainda sorrir, pacificamente, por estarmos mal assegurados.

Uma sociedade, uma cidade, uma civilização que renuncia à Arte, que se afasta dela, em nome da covardia, a preguiça inconfessa, o recuo sobre si, que adormece sobre si mesma, que renuncia ao patrimônio de amanhã, ao patrimônio que está em devir para se contentar, na auto-satisfação beata, dos valores que ela acredita ter forjado para si e com os quais ela se contentou em herdar, essa sociedade renuncia ao risco, ela se afasta da única verdade, ela esquece, de antemão, de construir um porvir par si, ela renuncia à sua força, à sua fala, ela não diz mais nada aos outros e a si própria.

Uma sociedade, uma cidade, uma civilização que renuncia à sua parte de imprevisto, à sua margem, aos seus atrasos, às suas hesitações, à sua desenvoltura, que não renuncia nunca, quer seja por um instante, a produzir sem refletir, uma sociedade que não sorri mais, que seja à pena, apesar da infelicidade e à aflição, de suas próprias inquietudes e de suas solidões, essa sociedade é uma sociedade que se contenta consigo mesma, que se entrega inteiramente à contemplação imóvel de sua mentirosa própria imagem. Ela nega seus erros, sua feiúra e seus fracassos, ela os esconde de si, ela se acha bela e perfeita, ela mente. E daí em diante, avara e mesquinha, a cabeça vazia, as economias de imaginação feitas, ela desaparece e se engole, ela destrói a parte do outro, que ela negue ou admita, ela se afoga e se reduz à sua própria lembrança, a idéia que ela faz de si própria. Ela é orgulhosa e triste, alimentada de sua ilusão, ela acredita em seu esplendor, sem continuação e sem descendência, sem futuro, sem história e sem espírito. Ela é magnífica, ela acredita nisso dado que ela diz e permanece a única a ouvir isso. Ela está morta.

(In: Du luxe et de l'impuissance et autres textes: Besançon, Les Solitaires Intempestifs, 2004, p. 19-22)

20 de outubro de 2017

15 de outubro de 2017

8. Hoje, vou respirar fundo e ir devagar.

2 de outubro de 2017

14 de setembro de 2017

Oxalá é o orixá associado à criação do mundo e da espécie humana.
Apresenta-se de duas maneiras: moço (chamado Oxaguiã, identificado no jogo de búzios pelo odu ejionile) e velho (chamado Oxalufã e identificado pelo odu ofun). No candomblé, este é representado material e imaterialmente pelo assentamento sagrado denominado igba oxala.
Os símbolos de Oxaguiã são uma idá (espada), “mão de pilão” e um escudo; o símbolo de Oxalufã é uma espécie de cajado em metal, chamado opaxorô.
A cor de Oxaguiã é o branco levemente mesclado com azul-turquesa; a de Oxalufã é somente branco. O dia consagrado para ambos é a sexta-feira.
Sua saudação é ÈPA BÀBÁOxalá é considerado e cultuado como o maior e mais respeitado de todos os Orixás do panteão africano. Simboliza a paz, é o pai maior nas nações das religiões de tradição africana. É calmo, sereno, pacificador; é o criador e, portanto, é respeitado por todos os Orixás e todas as nações. A Oxalá pertencem os olhos que vêem tudo.

Características dos filhos de Oxalá

Oxaguiã - bravura é uma das características de seus filhos
Umas das características dos filhos de Oxalá é marcar naturalmente sua presença por onde passam pois tem a aura de autoridade e poder do orixá maior da umbanda e candomblé.
Brilham com facilidade em qualquer ambiente, tanto pelo porte sempre altivo como pelo dom da palavra, que geralmente está associado a este orixá.
Os filhos de Oxalá geralmente são cuidadosos e generosos, e um pouco perfeccionistas e detalhistas ao extremo.
Geralmente o filho de Oxalá é alegre, gosta profundamente da vida, é falador, brincalhão e fanfarrão. Ao mesmo tempo é idealista, defendendo os injustiçados, os fracos e os oprimidos.
Pode-se ver muitos filhos de Oxalá atuando em ong’s e projetos assistenciais. Orgulhoso, é sedento por feitos gloriosos, como todos os guerreiros, mesmo que em função de atos caridosos, pelos quais são conhecidos.
Curiosos, especialmente aqueles que tem como orixá de cabeça o jovem Oxaguiã e dados a liberdade em todos os sentidos, apreciam o amor livre, detestam ser mandados. São sedutores e flertam com todos.
Podem se tornar pais excelentes e mães muito amorosas. Dedicam-se com carinho e ternura às crianças, com quem se relacionam muito naturalmente e gostam da companhia delas, na maioria das vezes. Aqueles que tem a versão mais velha do Oxalá, o velho Oxalufã, podem se tornar um pouco impacientes com crianças.
Relacionam-se com facilidade com os filhos de outros orixás, mas, é sabido por todos aqueles que frequentam os terreiros de umbanda e candomblé que os filhos de Oxalá têm sempre uma certa prevenção em relação às pessoas a quem não conhecem muito bem e demoram a estabelecer confiança em alguém, mas quando se torna amigo, é um grande companheiro.

Oxalá é sincretizado com Jesus Cristo





isso

tudo

tanto

mudo

isso

trago

firmo

dentro

isso

sabe

tão

obscuro

isso

vago

vão

imenso

12 de setembro de 2017



Obrigado Geraldo.

ao vivo é bem melhor. Conceição do Mato Dentro , set de 2017.

1 de setembro de 2017

pegar as marcas
conferir o foco
treinar o movimento
puxar e fazer pequenas correções pelo caminho
um olho na tela outro na atriz outro nas mãos

bailamos

25 de agosto de 2017

(Entre tantas coisas numa separação
é também uma língua
que se extingue)

AMM

18 de agosto de 2017

http://wecantgohomeagain.blogspot.com.br/


no que vemos no que inventamos no que escrevemos há o sentido do ser. o sentido de voltar, denunca ter saído e de sempre regressar. no que expressamosnão criamos verdades apenas a solidão de existir todos os dias. amanhã.

rita pestana

16 de agosto de 2017

me apresentou luiza um poema

XIV

Balada do Festival

Na verdade apareceu
vindo de terras distantes
um homem quase porta
que me amou e que se deu
a mim e a outras também.
E dizia ao telefone
coisas tão ternas, tão tudo,
que só de ouvi-lo e esperá-lo
muita mulher se perdeu.
Muita mulher... também eu.
Amei-o naquela pressa
de horas marcadas e hotéis...
dentro de mim a promessa
de amá-lo ainda que fosse
na velha China, nos mares,
dentro de algum avião.
E quando ele me chamava
eu toda vagotonia
ia e vinha e pressentia
o homem que me fugia
de passaporte na mão.

h.h

3 de agosto de 2017

Esse endereço não está disponível para novos blogs.

29 de julho de 2017

27 de julho de 2017

Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieto e agitado: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... 


O Pequeno Príncipe

25 de julho de 2017

O lucro e nada mais.
Raul Peck

foda

saí do cinema e fui num curso de empreendedorismo musical e só falavam do mercado. deu um choque.

23 de julho de 2017

"Quando se é negro, é evidente que não se pode ser outra coisa, só excepcionalmente não se será o pobre, (...) não será humilhado, porque a questão central é a humilhação cotidiana. Ninguém escapa, não importa que fique rico."
 Milton Santos

13 de julho de 2017

12 de julho de 2017

http://criminallyinnocent.tumblr.com/


tigres colagens e bob marley

7 de julho de 2017

pensar na morte

sentir a dor que cabe a cada um
o corte

adoecer é morrer em vida


lutar
não se entregar

morrer à tarde
morrer à noite

dormir
e acordar vivo


30 de junho de 2017


Sob uma estrela pequenina
Me desculpe o acaso por chamá-lo necessidade.
Me desculpe a necessidade se ainda assim me engano.
Que a felicidade não se ofenda por tomá-la como minha.
Que os mortos me perdoem por luzirem fracamente na memória.
Me desculpe o tempo pelo tanto de mundo ignorado por segundo.
Me desculpe o amor antigo por sentir o novo como primeiro.
Me perdoem, guerras distantes, por trazer flores para casa.
Me perdoem, feridas abertas, por espetar o dedo.
Me desculpem os que clamam das profundezas pelo disco de minuetos.
Me desculpem a gente nas estações pelo sono das cinco da manhã.
Sinto muito, esperança açulada, se às vezes me rio.
Sinto muito, desertos, se não lhes levo uma colher de água.
E você, falcão, há anos o mesmo, na mesma gaiola,
fitando sem movimento sempre o mesmo ponto,
me absolva, mesmo se você for um pássaro empalhado.
Me desculpe a árvore cortada pelas quatro pernas da mesa.
Me desculpem as grandes perguntas pelas respostas pequenas.
Verdade, não me dê excessiva atenção.
Seriedade, me mostre magnanimidade.
Ature, segredo do ser, se eu puxo os fios das suas vestes.
Não me acuse, alma, por tê-la raramente.
Me desculpe tudo, por não estar em toda parte.
Me desculpem todos, por não saber ser cada um e cada uma.
Sei que, enquanto viver, nada me justifica
já que barro o caminho para mim mesma.
Não me julgues má, fala, por tomar emprestado palavras patéticas,
e depois me esforçar para fazê-las parecer leves.



http://liricoleminski.blogspot.com.br/

20 de junho de 2017

vontade de fumar

arranco os fios da barba comprida


19 de junho de 2017

ontem me deitei cansado e no silêncio do quarto ouvi um som de tambor

achei que era da cabeça
mas era o coração

13 de junho de 2017

a moto como divã

a pista como analista guia

pilotagem como terapia


posturas de yoga em velocidade de cruzeiro



um novo hábito pra incentivar a cinefilia

12 de junho de 2017

"Não há senão viver e cada um vive e morre conforme pode. O resto são frases com que disfarças o medo"
"O pobre de pedir", de Raul Brandão

6 de junho de 2017

1.The wound is the place where the light enters you

https://truththeory.com/2017/06/01/25-eye-opening-rumi-quotes-will-teach-trust/?utm_source=Meditation+Masters

30 de maio de 2017

arrumar a casa
ligar a vitrola
por fora as coisas
inventar seu devido lugar
e que não precisa mais

29 de maio de 2017

despacito

21 de maio de 2017


Queridos amigos,
Escrever é sublime. Não escrevam por qualquer impulso tolo. Pensem que escrever é tocar piano. Uma delicada e bela canção ao piano. Clair de Lune. Que seus dedos dançam levemente sobre as teclas. Letras. Teclas de letras, que você está rasurando o mundo com suas palavras. Dê preferência ao alegre e ao carinho, as teclas sentem tudo. A tristeza e a reflexão também carecem de leveza. Não violente as teclas, elas responderão. E lembre-se: as pessoas lerão suas mensagens em horas quaisquer, podendo estar sob repouso na cama ou na loucura de um trem que faz a curva. A leitura move. Nossas palavras não tem mais limites na hiperesfera, na verdade nunca tiveram, mas agora ela saltam aos seus olhos todos os dias, no bichinho de estimação na rede, a balançar conosco.
Rafael Fares
22 h

20 de maio de 2017

Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer, amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?
Que pode, pergunto, o ser amoroso,
sozinho, em rotação universal,
senão rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?
Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o cru,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e
uma ave de rapina.
Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.
Amar a nossa falta mesma de amor,
e na secura nossa amar a água implícita,
e o beijo tácito, e a sede infinita.
– Carlos Drummond de Andrade, em “Claro enigma”. 1951.

10 de maio de 2017

Ouve-me, ouve meu silêncio. O que falo nunca é o que falo e sim outra coisa. Quando digo “águas abundantes” estou falando da força do corpo nas águas do mundo. Capta essa outra coisa de que na verdade falo porque eu mesma não posso. Lê a energia que está no meu silêncio.
In : Água Viva - Clarice Lispector

7 de maio de 2017

Antimanifiesto del centenario del cine


por Jonas Mekas
Como bien sabemos, Dios creó la Tierra y todo en ella. Y pensó que todo era magnífico. Todos los poetas y músicos cantaban y celebraban la creación, todo estaba bien. Pero realmente no era así. Faltaba algo. Así que hace 100 años, Dios se decidió a crear la cámara de cine. Y lo hizo. Entonces creó a un cineasta y le dijo: “Aquí tienes un instrumento llamado cámara de cine. Sal a filmar y celebra la belleza de la creación y los sueños del espíritu humano, diviértete”.
Pero al diablo no le gustó eso. Así que puso una bolsa con dinero adelante de la cámara y le dijo al cineasta: “¿Por qué quieres celebrar la belleza del mundo y su espíritu si puedes hacer dinero con este instrumento?”. Y, créanlo o no, todos los cineastas fueron detrás de la bolsa de dinero. Entonces el Señor se dió cuenta que había cometido un error. Así que, unos 25 años después, para corregir su error, Dios creó a los cineastas independientes de vanguardia y les dijo: “Aquí tienen esta cámara. Tómenla y vayan por el mundo cantando sobre la belleza de la creación, diviértanse. Pero recuerden que deberán lidiar con tiempos difíciles y nunca harán dinero con este instrumento”.
Eso les dijo el Señor a Viking Eggeling, Germaine Dulac, Jean Epstein, Fernand Leger, Dmitri Kirsanoff, Marcel Duchamp, Hans Richter, Luis Buñuel, Man Ray, Cavalcanti, Jean Cocteau, Maya Deren, Sidney Peterson, Kenneth Anger, Gregory Markopoulos, Stan Brakhage, Marie Menken, Bruce Baillie, Francis Lee, Harry Smith, Jack Smith, Ken Jacobs, Ernie Gehr, Ron Rice, Michael Snow, Joseph Cornell, Peter Kubelka, Hollis Frampton, Barbara Rubin, Paul Sharits, Robert Beavers, Christopher McLaine, Kurt Kren, Robert Breer, Dore O, Isidore Isou, Antonio De Bernardi, Maurice Lemaitre, Bruce Conner, Klaus Wyborny, Boris Lehman, Bruce Elder, Taka Iimura, Abigail Child, Andrew Noren y muchos otros. Muchísimos, esparcidos por todo el mundo. Así que tomaron sus Bolexs y sus pequeñas cámaras 8mm y Super 8 y comenzaron a filmar la belleza de este mundo y las complejas aventuras del espíritu humano, se diviertieron muchísimo haciéndolo. Y sus films no les dieron dinero ni nada de lo que se llaman útil.
Los museos de todo el mundo están celebrando el centenario del nacimiento del cine, los millones de dólares que los cines generan, volviéndose locos por sus Hollywoods. Pero nadia menciona ni a la vanguardia ni a los independientes de nuestro cine.
He visto los programas de museos, archivos y cinematecas de todo el mundo. Dicen: “no nos importa tu cine”. En tiempos de inmensidades, de espectáculo, de producciones de cien millones de dólares, yo quiero hablar de los pequeños, invisibles actos del espíritu humano: tan sutiles, tan pequeños que mueren cuando se colocan bajo las luces de Klieg. Quiero celebrar las pequeñas formas del cine: la forma lírica, el poema, las acuarelas, el estudio musical, el boceto, el retrato, el arabesco, las chucherías y las pequeñas canciones en 8mm. En tiempos en que todo el mundo quiere ser exitoso y vender algo, yo quiero celebrar a aquellos que abrazan el fracaso social diario para perseguir lo invisible, las cosas personales que no dan dinero ni pan, y que no hacen a la historia contemporánea, ni a la historia del arte ni a ninguna otra historia. Abogo por el arte de uno para los otros, como amigos.
Estoy parado en el medio de las autopistas de la información y me río, porque un mariposa en una pequeña flor en algún lugar de China acaba de agitar sus alas y sé que toda la historia, toda la cultura, ha cambiado drásticamente debido a ese aleteo. Una cámara Super 8mm acaba de emitir un pequeño zumbido en algún lugar del Lower East Side de New York, el mundo no volverá a ser el mismo.
La historia del cine es una historia invisible: la historia de amigos juntándose, haciendo lo que aman. Para nosotros, el cine está comenzando con cada nuevo zumbido del proyector, con cada nuevo zumbido de nuestras cámaras. Con cada nuevo zumbido de nuestras cámaras, nuestros corazones palpitan fuerte, amigos míos.
hoje tocamos com o N'Árica em um ritual no fraternidade Kaiman.

flexibilidade
amadurecimento

3 de maio de 2017

http://pt.m.wikihow.com/Namorar-um-Usu%C3%A1rio-de-Maconha http://media.upgifs.com/gif.php?id=78260

1 de maio de 2017

"Sensibilidade é a capacidade de entender sinais que não são verbais, nem verbalizáveis. É a faculdade de discernir o indiscernível, aquilo que é demasiado sutil para ser digitalizado [...] a compreensão entre os seres humanos sempre se dá, em primeiro lugar, no nível epidérmico. E aí está, hoje, o campo de batalha político. A intensificação do ritmo de exploração dos cérebros tem posto em colapso nossa sensibilidade, por isso a insurreição que vem será antes de tudo uma revolta dos corpos". Franco Berardi.

20 de abril de 2017

Nove verdades, por Manoel de Barros:
1) Tudo que não invento é falso.
2) Tem mais presença em mim o que me falta.
3) O meu amanhecer vai ser de noite.
4) Melhor jeito que achei para me conhecer foi fazendo o contrário.
5) A inércia é o meu ato principal.
6) Por pudor sou impura.
7) Não gosto de palavra acostumada.
8) Não preciso do fim para chegar.
9) Do lugar onde estou já fui embora.


*por kk maia

13 de abril de 2017

dormir com um copo dagua ao lado
pela manhã beber os sonhos
para poder digeri-los
Eu piloto porque é divertido.
Eu piloto porque gosto da liberdade que sinto ao estar exposto aos elementos, e ao perigo que faz parte do ato de pilotar.
Eu não piloto porque é fashion e está na moda.
Eu piloto a minha máquina, mas não a visto como uma roupa. Minha moto não é um símbolo de status. Ela existe apenas para mim, e para mim somente.
Minha máquina não é um brinquedo. É uma extensão do meu ser, e eu vou tratá-la de acordo, com o mesmo respeito que eu tenho por mim mesmo.
Eu me empenho em tentar entender o funcionamento da minha máquina, do item mais simples ao mais complexo. Eu vou aprender tudo o que puder sobre a minha máquina, para que eu não precise contar com ninguém mais além de mim para manter sua saúde e bem-estar.
Eu me esforço para melhorar constantemente o controle sobre a minha máquina. Irei aprender os seus limites para que possamos nos tornar um só, e assim manter nós dois vivos na estrada. Eu sou o mestre, ela é a serviçal. Trabalhando juntos em harmonia, seremos um time invencível.
Eu não irei temer a morte. Mas irei fazer todo o possível para evitar uma morte prematura. Medo é o inimigo, não a morte. Medo na estrada leva à morte, é por isso que não deixarei o medo me dominar. Eu irei dominá-lo.
Minhas máquinas viverão mais do que eu, elas serão meu legado. Eu cuidarei delas para que futuros motoqueiros possam estimá-las como eu as estimei um dia, sejam eles quem forem.
Eu não irei pilotar para ganhar atenção, respeito ou medo daqueles que não pilotam. Nem desejo intimida-los ou perturba-los. Para aqueles que não me conhecem, tudo o que eu desejo é que eles me ignorem. Para aqueles que querem me conhecer, eu vou compartilhar a verdade sobre mim, para que eles possam me entender e não temer outros como eu.
Eu nunca serei o agressor na estrada. No entanto, se provocado, irei lidar com a provocação de acordo.
Eu mostrarei meu respeito com os motoqueiros mais velhos ou com mais conhecimento do que eu. E tentarei aprender com eles o máximo que puder. No entanto, se o meu respeito não for apreciado ou correspondido, ele irá acabar.
Eu não serei desrespeitoso com outros motoqueiros menos experientes ou com menos conhecimento do que eu. Irei ensinar para eles o que puder. No entanto, se eles forem desrespeitosos comigo, levarão uns tapas.
Será minha tarefa ser o mentor de novos pilotos, se assim eles quiserem, para que a nossa espécie continue. Eu irei instruí-los, assim como fui instruído por aqueles antes de mim. Eu deverei preservar a honra e as tradições dos motoqueiros, e as passarei para frente inalteradas.
Eu não irei julgar outros motoqueiros pela escolha de suas máquinas, pela aparências ou profissão. Eu irei julgá-los apenas pela suas condutas como motoqueiros. Eu tenho orgulho das minhas conquistas, mas nunca irei me gabar delas perante aos outros. Irei dividi-las com os outros apenas se for perguntado.
Eu vou estar sempre pronto para ajudar outro motoqueiro que realmente precise da minha ajuda. E eu nunca vou pedir para outro motoqueiro fazer algo que eu possa fazer sozinho.
Eu não sou um motoqueiro de meio-período. Eu sou um motoqueiro em qualquer lugar que eu vá. Eu tenho orgulho de ser motoqueiro, e não escondo a minha escolha de vida de ninguém.
Eu piloto porque amo a liberdade, independência e o chão se movendo sob os meus pés. Mas acima de tudo, eu piloto para me conhecer melhor, minha máquina e os lugares por onde passo.
– Autor Anônimo –

http://olddogcycles.com/2013/10/a-doutrina-dos-motoqueiros.html
os pelos
uns rebeldes

que a gente controla
combate
e (su)oprime

um dia deixo os pelos crescer e vou pro mato.

12 de abril de 2017

avec mon amour an le bilhair

(da curta série de selfies nossos) work in progress - 2017

9 de abril de 2017

7 de abril de 2017

Ainda que te esforces para não te relacionar com ninguém, mesmo que te distancies de tudo e de todos e decidas ir morar num lugar ermo, tua presença é inextricavelmente vinculada a toda a humanidade e, por isso, passarão por ti todas as sensações que nossa humanidade produz a cada momento.
Sem ter consciência de como as coisas funcionam na realidade cósmica, nesse isolamento em que existes imaginas que as sensações sejam todas tuas e, por isso, as personalizas e tentas entender do teu ponto particular de vista.
Isso te destrói aos poucos, porque assumes o comando individual de algo que é infinitamente maior do que tua capacidade individual de comandar.
Para isso não ser assim, reserva um horário do dia para te entregares ao universo sem resistência, sem ressalvas e de forma incondicional.
q.

6 de abril de 2017

& Saturno já está retrógrado.
parou e voltou pra trás no grau 27 de Sagitário, e voltará até o 21. os eixos do tempo precisam ser revisados, as fronteiras entre crença e cegueira vão se abalar até a afinação. vale não encarar desilusões e frustrações como muralhas, escolha bem onde você quer colocar suas fronteiras.
& com o belíssimo trígono que essa retrogradação vai montando com Urano em Áries e que vai se manter até a entrada de Saturno em Capricórnio no fim do ano, eu acho, eu confio, e espero um dia ter certeza de que estamos todos nos atualizando de corpo físico e espírito, na constante sensação de day-after que andam esses tempos. é como acordar a cada dia numa catástrofe diferente & o mais importante, desculpem, acho que não é a consciência da ruína, da destruição, da derrota, mas a possibilidade de, pelo menos minimamente, aprendermos algo com isso. poderia, eu adoraria que fosse, adoraria que pudéssemos, que você pudesse, que eu possa descobrir novamente o fogo.
Saturno em trígono com Urano em signos de fogo pode ser como a lâmina amolada de Xangô, machado da justiça cortando rente o peso das coisas. e até agosto, acho que nada de veredictos, com o senhor do tempo andando pra trás, é tempo de revisar, rever, recolocar, replanejar, redescobrir.
e tudo isso pra quem quiser dançar, é numa dança, na dança de reinvenção de si.
& Saturno já está retrógrado.
parou e voltou pra trás no grau 27 de Sagitário, e voltará até o 21. os eixos do tempo precisam ser revisados, as fronteiras entre crença e cegueira vão se abalar até a afinação. vale não encarar desilusões e frustrações como muralhas, escolha bem onde você quer colocar suas fronteiras.
& com o belíssimo trígono que essa retrogradação vai montando com Urano em Áries e que vai se manter até a entrada de Saturno em Capricórnio no fim do ano, eu acho, eu confio, e espero um dia ter certeza de que estamos todos nos atualizando de corpo físico e espírito, na constante sensação de day-after que andam esses tempos. é como acordar a cada dia numa catástrofe diferente & o mais importante, desculpem, acho que não é a consciência da ruína, da destruição, da derrota, mas a possibilidade de, pelo menos minimamente, aprendermos algo com isso. poderia, eu adoraria que fosse, adoraria que pudéssemos, que você pudesse, que eu possa descobrir novamente o fogo.
Saturno em trígono com Urano em signos de fogo pode ser como a lâmina amolada de Xangô, machado da justiça cortando rente o peso das coisas. e até agosto, acho que nada de veredictos, com o senhor do tempo andando pra trás, é tempo de revisar, rever, recolocar, replanejar, redescobrir.
e tudo isso pra quem quiser dançar, é numa dança, na dança de reinvenção de si.

5 de abril de 2017

parei de fumar maconha por um tempo e estou lembrando dos meus sonhos quase todos os dias. até um breve cochilo e pá. um sonho breve. é bom sacar os modos como a nossa mente nos dá sinais das coisas que estão lá dentro e mais fundo. as drogas podem nos levar mais adentro, mas também podem fazer boiar na própria superfície. em busca do equilíbrio. parei por hora, mas se rolar um natural me chama.

4 de abril de 2017

"quando uma mulher, de certa tribo da áfrica, sabe que está grávida, segue para a selva com outras mulheres e juntas rezam e meditam até que aparece a 'canção da criança'. quando nasce a criança, a comunidade se junta e lhe cantam a sua canção.
logo, quando a criança começa sua educação, o povo se junta e lhe cantam sua canção.
quando se torna adulta, a gente se junta novamente e canta.
quando chega o momento do seu casamento, a pessoa escuta a sua canção.
finalmente, quando sua alma está para ir-se deste mundo, a família e amigos aproximam-se e, assim como em seu nascimento, cantam a sua canção para acompanhá-la na viagem.
nesta tribo da áfrica há outra ocasião na qual cantam a canção.
se em algum momento da vida a pessoa comete um erro, levam-no até o centro do povoado e a gente da comunidade forma um círculo ao seu redor. então lhe cantam a canção.
a tribo reconhece que a correção para as condutas anti-sociais não é o castigo, é o amor e a lembrança de sua verdadeira identidade. quando reconhecemos nossa própria canção, já não temos desejos nem necessidade de prejudicar ninguém.
teus amigos conhecem a sua canção e a cantam quando você a esquece.
aqueles que te amam não podem ser enganados pelos equívocos que comete ou as nebulosas imagens que os demais vêem.
eles recordam sua beleza quando se sente feia; sua totalidade quando está quebrada; sua inocência quando se sente culpada e seu propósito quando está confusa."
tolba phanem

29 de março de 2017

CARTA DE CAYMMI PARA JORGE AMADO
“Jorge, meu irmão, são onze e trinta da manhã e terminei de compor uma linda canção para Yemanjá, pois o reflexo do sol desenha seu manto em nosso mar, aqui na Pedra da Sereia. Quantas canções compus para Janaína, nem eu mesmo sei, é minha mãe, dela nasci.
Talvez Stela saiba, ela sabe tudo, que mulher, duas iguais não existem, que foi que eu fiz de bom para merecê-la? Ela te manda um beijo, outro para Zélia e eu morro de saudade de vocês.
Quando vierem, me tragam um pano africano para eu fazer uma túnica e ficar irresistível.
Ontem saí com Carybé, fomos buscar Camafeu na Rampa do Mercado, andamos por aí trocando pernas, sentindo os cheiros, tantos, um perfume de vida ao sol, vendo as cores, só de azuis contamos mais de quinze e havia um ocre na parede de uma casa, nem te digo. Então ao voltar, pintei um quadro, tão bonito, irmão, de causar inveja a Graciano. De inveja, Carybé quase morreu e Jenner, imagine!, se fartou de elogiar, te juro. Um quadro simples: uma baiana, o tabuleiro com abarás e acarajés e gente em volta.
Se eu tivesse tempo, ia ser pintor, ganhava uma fortuna. O que me falta é tempo para pintar, compor vou compondo devagar e sempre, tu sabes como é, música com pressa é aquela droga que tem às pampas sobrando por aí. O tempo que tenho mal chega para viver: visitar Dona Menininha, saudar Xangô, conversar com Mirabeau, me aconselhar com Celestino sobre como investir o dinheiro que não tenho e nunca terei, graças a Deus, ouvir Carybé mentir, andar nas ruas, olhar o mar, não fazer nada e tantas outras obrigações que me ocupam o dia inteiro. Cadê tempo pra pintar?
Quero te dizer uma coisa que já te disse uma vez, há mais de vinte anos quando te deu de viver na Europa e nunca mais voltavas: a Bahia está viva, ainda lá, cada dia mais bonita, o firmamento azul, esse mar tão verde e o povaréu. Por falar nisso, Stela de Oxóssi é a nova iyalorixá do Axé e, na festa da consagração, ikedes e iaôs, todos na roça perguntavam onde anda Obá Arolu que não veio ver sua irmã subir ao trono de rainha?
Pois ontem, às quatro da tarde, um pouco mais ou menos, saí com Carybé e Camafeu a te procurar e não te encontrando, indagamos: que faz ele que não está aqui se aqui é seu lugar? A lua de Londres, já dizia um poeta lusitano que li numa antologia de meu tempo de menino, é merencória. A daqui é aquela lua. Por que foi ele para a Inglaterra? Não é inglês, nem nada, que faz em Londres? Um bom filho-da-puta é o que ele é, nosso irmãozinho.
Sabes que vendi a casa da Pedra da Sereia? Pois vendi. Fizeram um edifício medonho bem em cima dela e anunciaram nos jornais: venha ser vizinho de Dorival Caymmi. Então fiquei retado e vendi a casa, comprei um apartamento na Pituba, vou ser vizinho de James e de João Ubaldo, daquelas duas ‘línguas viperinas, veja que irresponsabilidade a minha.
Mas hoje, antes de me mudar, fiz essa canção para Yemanjá que fala em peixe e em vento, em saveiro e no mestre do saveiro, no mar da Bahia. Nunca soube falar de outras coisas. Dessas e de mulher. Dora, Marina, Adalgisa, Anália, Rosa morena, como vais morena Rosa, quantas outras e todas, como sabes, são a minha Stela com quem um dia me casei te tendo de padrinho.
A bênção, meu padrinho, Oxóssi te proteja nessas inglaterras, um beijo para Zélia, não esqueçam de trazer meu pano africano, volte logo, tua casa é aqui e eu sou teu irmão Caymmi”.
que bom é ser contemporâneo de poetas que a gente admira

e poder ver a Ana Martins Marques tomar uma cervejota marota

ali na sapucaí

trocar um olhar empático de quem tem alguma intimidade apesar de nunca a ter devolvido nenhuma palavra.




28 de março de 2017

amor que corte fecha abre sangra e cicatriza

costurado



e no lugar do corte nasce uma nova pele

mais espessa e forte

traz em si a marca do que viveu e reinventou

21 de março de 2017



milton

mil tons

a tempo

há tempo

atemporal

há temporais

19 de março de 2017

16 de março de 2017

a pele por extenso

quando a gente escreve ou desenha na pele e deita na cama o desenho passa para o lençol.



Em 30 de julho completaram-se 35 anos da histórica greve dos operários da construção de Belo Horizonte (MG), deflagrada em julho de 1979, que ganhou o nome de “Rebelião dos Pedreiros”, tamanha a sua massividade, combatividade e revolta dos operários contra a situação de opressão e arrocho a que estavam submetidos. Como um turbilhão, a massa operária irrompeu pelas ruas desafiando a fascista ordem do regime militar pró-ianque, que reprimia a ferro e fogo todo movimento de resistência.
No dia 30 de julho de 1979, quase todas as obras foram paralisadas pela cidade. Os trabalhadores saíram dos canteiros de obra e concentraram-se na Praça da Estação. A polícia tentou cercar os manifestantes que romperam o cerco partindo em passeata para o antigo campo do Atlético, onde hoje funciona o Diamond Mall. Um táxi, que forçou caminho entre a multidão, atropelou um operário. O motorista se recusou a socorrer o ferido e o carro foi incendiado no meio da avenida. A greve se radicalizou.
Nos últimos dias de julho, o comércio cerrou suas portas no centro de Belo Horizonte. O antigo campo do Atlético foi palco de concorridíssimas assembleias, onde milhares de operários despertaram-se para a luta.
No dia 30 de julho, a cidade parou.
A tropa da PM investiu contra os operários com cacetadas e disparando armas de fogo. Um dos tiros disparados pela PM atingiu o peito do operário tratorista Orocílio Martins Gonçalves, que caiu mortalmente ferido. Os operários responderam com pedradas e a repressão recrudesceu. Trabalhadores tentaram resgatar o corpo do companheiro morto, mas foram impedidos pela saraivada de balas que a PM continuou a disparar. O muro lateral do ex-campo do Atlético ficou marcado de balas. Até hoje os assassinos do companheiro Orocílio Gonçalves, 24 anos, pai de um filho, continuam impunes.

2 de março de 2017




30 meninos que o tempo criou
eu sei que eu sou o que fui e o que sou


Homem de Trinta
Sérgio Sampaio
 

Quase que eu fui pro buraco
Por pouco nao fui morar no porão
Dancei mas não sei não
tive cuidado
De ter os pés quase sempre no chão
E a cabeça voando como se voa na imaginação
Longe do resto do bando
Mas sempre perto do meu coração

Depois de algum tempo nisso
Indo no fundo e voltando pra ver
Eu me descubro, amor, dentro do vício
Maravilhosamente a renascer. . .
Amando a vida como ama
o entalhador um pedaço de pau
o pescador o seu rio
e o sofredor sua mulher fatal

Hoje com os olhos mais claros
olhando as coisas como as coisas são
Eu me desenho, amor, como se pinta um quadro novo com o brilho e a cor
De todo homem de trinta. . . Trinta moleques que o tempo criou
E muito embora eu nao sinta
Eu sei que eu sou o que eu fui e o que sou

Tenho almoçado e jantado
Tenho tomado café da manhã
Barra pesada não, muito obrigado
Tenho levado uam vida sã
Tenho tomado algumas
E tenho amado uma mesma mulher
Eu tenho andado sem turma
Mas solitário eu sei que nao dá pé. . .

24 de fevereiro de 2017

ontem depois do tambor o Sorriso me deu uma agenda e uma aula.

agradeci e disse: Mas essa agenda é de 2013

ele respondeu: a agenda é antiga mas o que importa é o que você vai colocar nela. o ano não importa.
e esses dias que estão uma montanha russa!?! nos signos cardinais: marte primeiro ativou plutão e agora anda em direção a conjunção com urano e oposição a júpiter.
é tanta intensidade que a sensação chega a ser de uma trepidação física, um pacote energético de possíveis se abrindo em imprevistos, irritações, acidentes, egoísmos, mas também em renovações, assertividade, reciprocidade.
como optar?
eu mesma não sei muito bem.
tenho desconfiado que como um herói épico: joguete do destino que sou, eu o desafio & na impossibilidade de vencê-lo, eu o aceito.
aceito renascer em mim. num ser mais recíproco, consciente de que semelhante atrai semelhante evito a raiva que atrai a raiva, a irritação que traz a irritação & das fúrias aproveito o vento que pode levar às praias futuras cheias de ondas pra nadar, naufragar, boiar. viver as mil aventuras dos riscos!
procure uma ética que lhe dê prazer & cuidado com os conflitos, as raivas, muito presentes nesse momento: são energia precisando rodar, mas nessa situação? tanto precisando acontecer com todo o seu empenho, você vai mesmo colocá-lo aí?
melhor será e possível é: integrar-se no tempo presente, aceitar o dom do outro, incluir a si mesmo em todas as coisas, repelir o obsoleto, expulsar os medos: transformar.
tudo ao mesmo tempo
com a força de dois cavalos
um em cada mão puxando
e sendo guiado
pela regeneração.
boas sortes nos próximos dias, amiguinhos & confiem: os caminhos estão todos abertos. seja ético consigo mesmo e não ultrapasse ninguém.