26 de janeiro de 2018

Ocupação Principal Filmador(a) independente Atividade Principal (CNAE) 74.20-0/04 - Filmagem de festas e eventos Ocupações Secundárias Atividades Secundárias (CNAE) Locador(a) de outras máquinas e equipamentos comerciais e industriais não especificados anteriormente, sem operador, independente 77.39-0/99 - Aluguel de outras máquinas e equipamentos comerciais e industriais não especificados anteriormente, sem operador Bikeboy (ciclista mensageiro) independente 53.20-2/02 - Serviços de entrega rápida Cantor(a)/músico(a) independente 90.01-9/02 - Produção musical Disc jockey (dj) ou video jockey (vj) independente 90.01-9/06 - Atividades de sonorização e de iluminação Editor(a) de vídeo, independente 59.12-0/99 - Atividades de pós-produção cinematográfica, de vídeos e de programas de televisão não especificadas anteriormente Fotógrafo(a) independente 74.20-0/01 - Atividades de produção de fotografias, exceto aérea e submarina Instrutor(a) de arte e cultura em geral, independente 85.92-9/99 - Ensino de arte e cultura não especificado anteriormente Eletricista em residências e estabelecimentos comerciais, independente 43.21-5/00 - Instalação e manutenção elétrica Instrutor(a) de música, 85.92-9/03 - Ensino de música independente Proprietário(a) de camping independente 55.90-6/02 - Campings Transportador(a) municipal de cargas não perigosas(carreto), independente 49.30-2/01 - Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanças, municipal

minha vida mei

22 de janeiro de 2018




Hoje tirei para ouvir o primeiro disco do graveola

foi bom lembrar daquele tempo entre amigos filmando tocando e descobrindo a vida com meus queridos amirros.

hoje estamos um pouco dispersos mas ainda muito juntos. vocês vivem em mim.

Do disco essa canção me bateu mais forte.

uma composição de luiz e zé cada um fez uma parte. por isso dois lados. uma bela canção.


21 de janeiro de 2018

sinto saudades de um amigo que não tive a oportunidade de conhecer de perto

saudades da vida

como a sensação de pensar que realmente se vai morrer. deixar a vida à força de uma doença


saudade de mim

de alguém

de ligar no fixo e falar por horas


saudade d'um carinho

de uma amigue do peito por perto

e de canção



tristeza e beleza

dormir com um barulho desses

a morte inesperada de uma pessoa próxima é a morte de cada um de nós


aproveito o embalo dessa partida

pra derramar outras tristezas

nessa noite de lua nova


anoiteço em meu lugar

ouço as músicas do flávio henrique

faço seu itinerário


um compositor nunca morre


19 de janeiro de 2018

18 de janeiro de 2018






Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

(Carlos Drummond de Andrade)

extraído da página de Carla Maia na ocasião da morte de Flávio Henrique.
Um poema para o dia de hoje, em que há tantos de luto:

15 de janeiro de 2018

8 de janeiro de 2018

NO REINO DA POESIA
(inspirado por Carlos Drummond de Andrade)

Não escreva poemas
sobre você mesmo.
Não chame atenção
para as suas revelações
nem faça confissões.
Mesmo se a intenção
for expiar dor,
superar culpa,
acalmar sua
compreensível raiva,
não exume
o luto da sua mãe,
o tormento sexual do seu irmão,
a ladroagem da sua irmã,
o ódio de seu pai por ele mesmo,
o fortuito mapa astral do seu padrasto.
Sentimentos não são poemas.
Parentes deveriam ser deixados
em seus habitats naturais,
na sarjeta
ou ao lado do caixa.
Não escreva poemas
sobre os outros.
Deixe maridos de fora,
divorciadas, alcoólatras,
adolescentes pustulentos, enfermeiras.
Já existe um excesso
de roteiros enfadonhos.
Esqueça os amigos
e inimigos,
bodas
e momentos especiais.
Alguém que trabalha com cartões comemorativos
já contemplou estes tópicos.
Não escreva sobre
manchetes internacionais,
a criança que desapareceu
e seus restos mortais,
a praia em fogo
e a página engolida,
o quinquagésimo
discurso do presidente.
Seja lá o que aconteceu
não foi um poema.
Não tente mostrar
o quão sensível você é.
Outros já alegaram
serem plantas.
Não é necessário mostrar
o quão insensível você é
já que isto é um fato
indiscutível.
Não escreva poemas
ligando
um evento corriqueiro
em sua vida
— fazer a barba, arrumar o sutiã, andar de metrô,
admirar um por do sol particularmente pitoresco —
a um momento significativo da história
— pogrom, fome, exílio e assassinato —
ou a um mito — estupro, ciúmes, ou rejeição —
na verdade a qualquer coisa que tenha um tema.
Poemas não são papers
apresentados em congressos.
Não cante as alegrias da cidade
ou liste as virtudes da vida rural.
Não mencione cisnes,
mortadela, olhos ressecados,
ou filósofos de uma orelha só.
Piqueniques e pinturas não são poemas.
Não lance mão de dramas
ou mentiras.
Não utilize seus desejos
como um ponto de partida.
Segredos devem ser
deixados onde estão.
Não fique de pé
em um teatro em chamas
e declare
“ninguém dá ouvidos à poesia”.
Não escreva poemas
sobre como poetas
ganham mal.
Jogue fora
suas memórias,
enterre seus espelhos.
- - - - - - -
de “Sotto Voce e outros poemas”, de John Yau, em tradução de Marcelo F. Lotufo, publicado pelas edições Jabuticaba.