11 de abril de 2018
6 de abril de 2018
24 de março de 2018
23 de março de 2018
21 de março de 2018
Não se desconstrói um homem
Nunca houveram desconstruídos
Um homem só pode vir abaixo a golpes
Assim como a casa que só se entrega pela força da demolição
tijolo a tijolo
Quero ser um homem em demolição
Ruir
Trincar
Cair pra só então poder me levantar
Edificar
Separo no entulho algo que presta
Que não se quebrou
Tijolo a tijolo
Com as próprias mãos
9 de março de 2018
5 de março de 2018
23 de fevereiro de 2018
16 de fevereiro de 2018
26 de janeiro de 2018
Ocupação Principal
Filmador(a) independente
Atividade Principal (CNAE)
74.20-0/04 - Filmagem de festas e eventos
Ocupações Secundárias Atividades Secundárias (CNAE)
Locador(a) de outras máquinas e
equipamentos comerciais e
industriais não especificados
anteriormente, sem operador,
independente
77.39-0/99 - Aluguel de outras máquinas e equipamentos comerciais e industriais
não especificados anteriormente, sem operador
Bikeboy (ciclista mensageiro)
independente 53.20-2/02 - Serviços de entrega rápida
Cantor(a)/músico(a) independente 90.01-9/02 - Produção musical
Disc jockey (dj) ou video jockey (vj)
independente 90.01-9/06 - Atividades de sonorização e de iluminação
Editor(a) de vídeo, independente 59.12-0/99 - Atividades de pós-produção cinematográfica, de vídeos e de
programas de televisão não especificadas anteriormente
Fotógrafo(a) independente 74.20-0/01 - Atividades de produção de fotografias, exceto aérea e submarina
Instrutor(a) de arte e cultura em
geral, independente 85.92-9/99 - Ensino de arte e cultura não especificado anteriormente
Eletricista em residências e
estabelecimentos comerciais,
independente
43.21-5/00 - Instalação e manutenção elétrica
Instrutor(a) de música, 85.92-9/03 - Ensino de música
independente
Proprietário(a) de camping
independente 55.90-6/02 - Campings
Transportador(a) municipal de
cargas não perigosas(carreto),
independente
49.30-2/01 - Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e
mudanças, municipal
minha vida mei
minha vida mei
22 de janeiro de 2018
Hoje tirei para ouvir o primeiro disco do graveola
foi bom lembrar daquele tempo entre amigos filmando tocando e descobrindo a vida com meus queridos amirros.
hoje estamos um pouco dispersos mas ainda muito juntos. vocês vivem em mim.
Do disco essa canção me bateu mais forte.
uma composição de luiz e zé cada um fez uma parte. por isso dois lados. uma bela canção.
21 de janeiro de 2018
sinto saudades de um amigo que não tive a oportunidade de conhecer de perto
saudades da vida
como a sensação de pensar que realmente se vai morrer. deixar a vida à força de uma doença
saudade de mim
de alguém
de ligar no fixo e falar por horas
saudade d'um carinho
de uma amigue do peito por perto
e de canção
tristeza e beleza
dormir com um barulho desses
a morte inesperada de uma pessoa próxima é a morte de cada um de nós
aproveito o embalo dessa partida
pra derramar outras tristezas
nessa noite de lua nova
anoiteço em meu lugar
ouço as músicas do flávio henrique
faço seu itinerário
um compositor nunca morre
saudades da vida
como a sensação de pensar que realmente se vai morrer. deixar a vida à força de uma doença
saudade de mim
de alguém
de ligar no fixo e falar por horas
saudade d'um carinho
de uma amigue do peito por perto
e de canção
tristeza e beleza
dormir com um barulho desses
a morte inesperada de uma pessoa próxima é a morte de cada um de nós
aproveito o embalo dessa partida
pra derramar outras tristezas
nessa noite de lua nova
anoiteço em meu lugar
ouço as músicas do flávio henrique
faço seu itinerário
um compositor nunca morre
19 de janeiro de 2018
18 de janeiro de 2018
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
(Carlos Drummond de Andrade)
extraído da página de Carla Maia na ocasião da morte de Flávio Henrique.
Um poema para o dia de hoje, em que há tantos de luto:
extraído da página de Carla Maia na ocasião da morte de Flávio Henrique.
Um poema para o dia de hoje, em que há tantos de luto:
15 de janeiro de 2018
8 de janeiro de 2018
NO REINO DA POESIA
(inspirado por Carlos Drummond de Andrade)
Não escreva poemas
sobre você mesmo.
(inspirado por Carlos Drummond de Andrade)
Não escreva poemas
sobre você mesmo.
Não chame atenção
para as suas revelações
nem faça confissões.
Mesmo se a intenção
for expiar dor,
superar culpa,
acalmar sua
compreensível raiva,
não exume
o luto da sua mãe,
o tormento sexual do seu irmão,
a ladroagem da sua irmã,
o ódio de seu pai por ele mesmo,
o fortuito mapa astral do seu padrasto.
Sentimentos não são poemas.
Parentes deveriam ser deixados
em seus habitats naturais,
na sarjeta
ou ao lado do caixa.
Não escreva poemas
sobre os outros.
Deixe maridos de fora,
divorciadas, alcoólatras,
adolescentes pustulentos, enfermeiras.
Já existe um excesso
de roteiros enfadonhos.
Esqueça os amigos
e inimigos,
bodas
e momentos especiais.
Alguém que trabalha com cartões comemorativos
já contemplou estes tópicos.
Não escreva sobre
manchetes internacionais,
a criança que desapareceu
e seus restos mortais,
a praia em fogo
e a página engolida,
o quinquagésimo
discurso do presidente.
Seja lá o que aconteceu
não foi um poema.
Não tente mostrar
o quão sensível você é.
Outros já alegaram
serem plantas.
Não é necessário mostrar
o quão insensível você é
já que isto é um fato
indiscutível.
Não escreva poemas
ligando
um evento corriqueiro
em sua vida
— fazer a barba, arrumar o sutiã, andar de metrô,
admirar um por do sol particularmente pitoresco —
a um momento significativo da história
— pogrom, fome, exílio e assassinato —
ou a um mito — estupro, ciúmes, ou rejeição —
na verdade a qualquer coisa que tenha um tema.
Poemas não são papers
apresentados em congressos.
Não cante as alegrias da cidade
ou liste as virtudes da vida rural.
Não mencione cisnes,
mortadela, olhos ressecados,
ou filósofos de uma orelha só.
Piqueniques e pinturas não são poemas.
Não lance mão de dramas
ou mentiras.
Não utilize seus desejos
como um ponto de partida.
Segredos devem ser
deixados onde estão.
Não fique de pé
em um teatro em chamas
e declare
“ninguém dá ouvidos à poesia”.
Não escreva poemas
sobre como poetas
ganham mal.
Jogue fora
suas memórias,
enterre seus espelhos.
- - - - - - -
de “Sotto Voce e outros poemas”, de John Yau, em tradução de Marcelo F. Lotufo, publicado pelas edições Jabuticaba.
para as suas revelações
nem faça confissões.
Mesmo se a intenção
for expiar dor,
superar culpa,
acalmar sua
compreensível raiva,
não exume
o luto da sua mãe,
o tormento sexual do seu irmão,
a ladroagem da sua irmã,
o ódio de seu pai por ele mesmo,
o fortuito mapa astral do seu padrasto.
Sentimentos não são poemas.
Parentes deveriam ser deixados
em seus habitats naturais,
na sarjeta
ou ao lado do caixa.
Não escreva poemas
sobre os outros.
Deixe maridos de fora,
divorciadas, alcoólatras,
adolescentes pustulentos, enfermeiras.
Já existe um excesso
de roteiros enfadonhos.
Esqueça os amigos
e inimigos,
bodas
e momentos especiais.
Alguém que trabalha com cartões comemorativos
já contemplou estes tópicos.
Não escreva sobre
manchetes internacionais,
a criança que desapareceu
e seus restos mortais,
a praia em fogo
e a página engolida,
o quinquagésimo
discurso do presidente.
Seja lá o que aconteceu
não foi um poema.
Não tente mostrar
o quão sensível você é.
Outros já alegaram
serem plantas.
Não é necessário mostrar
o quão insensível você é
já que isto é um fato
indiscutível.
Não escreva poemas
ligando
um evento corriqueiro
em sua vida
— fazer a barba, arrumar o sutiã, andar de metrô,
admirar um por do sol particularmente pitoresco —
a um momento significativo da história
— pogrom, fome, exílio e assassinato —
ou a um mito — estupro, ciúmes, ou rejeição —
na verdade a qualquer coisa que tenha um tema.
Poemas não são papers
apresentados em congressos.
Não cante as alegrias da cidade
ou liste as virtudes da vida rural.
Não mencione cisnes,
mortadela, olhos ressecados,
ou filósofos de uma orelha só.
Piqueniques e pinturas não são poemas.
Não lance mão de dramas
ou mentiras.
Não utilize seus desejos
como um ponto de partida.
Segredos devem ser
deixados onde estão.
Não fique de pé
em um teatro em chamas
e declare
“ninguém dá ouvidos à poesia”.
Não escreva poemas
sobre como poetas
ganham mal.
Jogue fora
suas memórias,
enterre seus espelhos.
- - - - - - -
de “Sotto Voce e outros poemas”, de John Yau, em tradução de Marcelo F. Lotufo, publicado pelas edições Jabuticaba.
27 de dezembro de 2017
13 de dezembro de 2017
5 de dezembro de 2017
3 de dezembro de 2017
23 de novembro de 2017
.
.
O chakra do coração é o cerne da
receptividade e da aceitação. Um dos benefícios de mergulhar nas
meditações que envolvem esse chakra é a possibilidade ou mesmo a
facilidade de tornar-se uma pessoa cada vez mais receptiva. A palavra
receptividade vem de recipiere – receber, acolher. Com esse
chakra desenvolvido, revela-se uma capacidade natural de acolher toda
sorte de contrariedades e você se sente emocionalmente acolhido pelo
mundo. Quando harmonizado ele lhe dá a sensação de pertencer ao lugar
onde você está pisando, ser amparado por uma “atmosfera espiritual” e
“sustentado” pela força que organiza o Universo. O chakra do coração
saudável leva você a acolher o outro e esse é um dos segredos da
felicidade por ele gerada. Ele produz um vívido senso de companheirismo e
sentimento de cumplicidade pelo próximo.
O seu quarto chakra é hospitaleiro também
com você mesmo, nele você encontra o seu “lar”. Osho diz em seus
discursos: “lar é onde o coração está”. Você se sente em casa quando o
coração está presente. Na verdade, você se sente em casa “dentro” do seu
coração, quando aprende a habitar o chakra cardíaco; quando passa a
aceitar a infinita hospitalidade que ele tem em relação a você, a
infinita hospitalidade que você carrega no centro do peito. Quando
aprende a abrir mão da mente para confiar na hospitalidade do coração.
Para conhecer a meditação precisamos, mesmo que por momentos, abrir mão
de nossas mentes, mas não o fazemos por medo da morte, pressupondo que
ficar sem pensar é perder o controle e que isso significaria a morte. E
este medo da morte está ligado ao medo de ficar sozinho. Porém, você
nunca irá se sentir sozinho se conhecer com intimidade seu chakra do
coração. Em lugar de se sentir sozinho, irá sentir-se consigo mesmo, e
integrado a todo o universo. Se você se sente sozinho, na verdade, é por
estar afastado do seu quarto chakra.
O chakra do coração é um “telefone
desocupado”. A mente é um telefone sempre ocupado. Há uma história
tradicional sufi que fala do discípulo que foi reclamar com o mestre:
“Mestre, eu tenho tentado de tantas maneiras, mas não consigo falar com
Deus, como fazer?”, é quando o Mestre vira-se e sentencia: “em vez de me
pedir o telefone de Deus, seria melhor você desocupar o seu telefone,
pois Ele tenta ligar para você insistentemente, mas encontra sempre sua
linha ocupada”. A mente é um telefone sempre ocupado. O coração é como
um poderoso PABX para onde podem ligar 300 pessoas, sempre haverá uma
linha disponível para acolher a quem chega.
A aceitação do chakra do coração não deve
ser confundida com passividade. Ela é pura afabilidade, é uma capacidade
de atender ao que vem do lado de fora, enquanto a passividade é
resistir ao que vem de fora. A passividade é a habilidade de evitar
estímulos enquanto a aceitação do quarto chakra é uma resposta plena e
completa do estímulo que chega a você.
O acolhimento do quarto chakra começa por
agasalhar a própria pessoa, o dono do chakra. Começa por abrigá-lo e
ampará-lo. O primeiro a poder se refugiar em seu quarto chakra é você
mesmo; ele lhe dá a capacidade de acolher ao outro sem que você perca o
seu centro. Basta que você se lembre de que também pode se acolher nele.
Quando você entra em meditação está
entrando no caminho do desconhecido; se você está buscando a meditação,
está buscando algo que desconhece e não uma confirmação daquilo que
conhece e, para que você possa entrar plenamente em uma área
desconhecida, é melhor ter a aceitação e a confiança que esse chakra
proporciona. A espiritualidade é algo que não se pode enxergar com os
olhos costumeiros. É necessário estar receptivo para poder entrar em
contato direto com ela; na verdade, é ela quem se contata com o seu ser,
da forma e na medida em que é possível, na medida em que você permite.
Esse é o sentido da aceitação e da receptividade para a experiência
espiritual. A busca da espiritualidade consciente talvez dependa muito
mais de uma atitude receptiva do que ativa. Meditação é, no fundo, a
arte de saber aceitar integralmente. A realização espiritual já está
aqui o tempo todo, não precisa ser buscada, mas “recebida”.
Meditação é entrar em contato com uma
“contra-parte” sua. Essa “contra-parte” está sempre observando e
testemunhando o que se passa, o que acontece com a sua “parte
consciente”. Na meditação você tem a atitude de testemunhar a si mesmo,
para entrar em sintonia com esta “contra-parte”. Para a meditação
acontecer, é necessário ir aos poucos se tornando receptivo, e desta
maneira estabelecer o contato com essa consciência que já existe em
você.
E para você chegar aí e poder contar com a
receptividade necessária, o caminho mais simples e curto é abrir, limpar
e vitalizar o chakra do coração. A receptividade deste chakra é a mais
democrática; ela está ao alcance de qualquer ser humano, por mais
simples ou complexo que seja. Incluindo, é claro, eu e você.
Lar é onde o Coração Estáhttp://pedrotornaghi.com.br/blogger/?page_id=294
3 de novembro de 2017
31 de outubro de 2017
29 de outubro de 2017
27 de outubro de 2017
25 de outubro de 2017
24 de outubro de 2017
22 de outubro de 2017
Jean-Luc Lagarce
Nós devemos preservar os lugares da criação, os lugares do pensamento, os lugares do superficial, os lugares da invenção, daquilo que ainda não existe, os lugares da interrogação de ontem, os lugares do questionamento. Eles são nossa bela propriedade, nossas casas, de todos e de cada um. Os impressionantes edifícios da certeza definitiva, não nos fazem falta, paremos de construí-los. A comemoração também pode ser viva, a lembrança também pode ser alegre ou terrível. O passado não deve ser sempre murmurado ou caminhar com passos abafados. Nós temos o dever de fazer barulho. Nós devemos conservar no centro de nosso mundo o lugar de nossas incertezas, o lugar de nossa fragilidade, de nossas dificuldades em dizer e em falar. Nós devemos permanecer hesitantes e resistir assim, na hesitação, aos discursos violentos ou amáveis dos peremptórios profissionais, das lógicas economistas, os conselheiros-pagantes, utilitários imediatos, os hábeis e os espertos, nossos consensuais senhores.
Não podemos nos contentar com nossa boa ou má consciência diante da barbárie dos outros, a barbárie nós a temos em nós, ela só nos pede para devastar, para estourar o mais profundo de nosso espírito e fundir no Outro. Nós devemos ficar vigilantes diante do mundo, e ficar vigilante diante do mundo é ainda sermos vigilantes diante de nós mesmos. Nós devemos vigiar o mal e o ódio que nutrimos em segredo sem saber, sem querer saber, sem mesmo ousar imaginar, o ódio subterrâneo, silencioso, esperando sua hora para nos devorar e se servir de nós para devorar inocentes inimigos. Os lugares da Arte podem nos afastar do medo e no momento em que temos menos medo, somos menos maus.
Nós não devemos ser amnésicos, mas não ser amnésicos, não é a cada dia, cada noite, das oito às oito e meia, a hora de nossa prece e de nossos perdões coletivos. Não ser amnésicos, não é apenas olhar o passado se afastar lentamente de nós, nossa bela convalescença, não ser amnésico, é olhar de frente o dia de hoje, este dia, e olhar ainda amanhã, direto e reto, nada ver, evidentemente, não o pretender, parar de afirmar, mas andar mesmo assim, manter o olhar claro, o passo lento e ainda sorrir, pacificamente, por estarmos mal assegurados.
Uma sociedade, uma cidade, uma civilização que renuncia à Arte, que se afasta dela, em nome da covardia, a preguiça inconfessa, o recuo sobre si, que adormece sobre si mesma, que renuncia ao patrimônio de amanhã, ao patrimônio que está em devir para se contentar, na auto-satisfação beata, dos valores que ela acredita ter forjado para si e com os quais ela se contentou em herdar, essa sociedade renuncia ao risco, ela se afasta da única verdade, ela esquece, de antemão, de construir um porvir par si, ela renuncia à sua força, à sua fala, ela não diz mais nada aos outros e a si própria.
Uma sociedade, uma cidade, uma civilização que renuncia à sua parte de imprevisto, à sua margem, aos seus atrasos, às suas hesitações, à sua desenvoltura, que não renuncia nunca, quer seja por um instante, a produzir sem refletir, uma sociedade que não sorri mais, que seja à pena, apesar da infelicidade e à aflição, de suas próprias inquietudes e de suas solidões, essa sociedade é uma sociedade que se contenta consigo mesma, que se entrega inteiramente à contemplação imóvel de sua mentirosa própria imagem. Ela nega seus erros, sua feiúra e seus fracassos, ela os esconde de si, ela se acha bela e perfeita, ela mente. E daí em diante, avara e mesquinha, a cabeça vazia, as economias de imaginação feitas, ela desaparece e se engole, ela destrói a parte do outro, que ela negue ou admita, ela se afoga e se reduz à sua própria lembrança, a idéia que ela faz de si própria. Ela é orgulhosa e triste, alimentada de sua ilusão, ela acredita em seu esplendor, sem continuação e sem descendência, sem futuro, sem história e sem espírito. Ela é magnífica, ela acredita nisso dado que ela diz e permanece a única a ouvir isso. Ela está morta.
(In: Du luxe et de l'impuissance et autres textes: Besançon, Les Solitaires Intempestifs, 2004, p. 19-22)
20 de outubro de 2017
15 de outubro de 2017
2 de outubro de 2017
14 de setembro de 2017
Oxalá é o orixá associado à criação do mundo e da espécie humana.
Apresenta-se de duas maneiras: moço (chamado Oxaguiã, identificado no jogo de búzios pelo odu ejionile) e velho (chamado Oxalufã e identificado pelo odu ofun). No candomblé, este é representado material e imaterialmente pelo assentamento sagrado denominado igba oxala.
Os símbolos de Oxaguiã são uma idá (espada), “mão de pilão” e um escudo; o símbolo de Oxalufã é uma espécie de cajado em metal, chamado opaxorô.
A cor de Oxaguiã é o branco levemente mesclado com azul-turquesa; a de Oxalufã é somente branco. O dia consagrado para ambos é a sexta-feira.
Sua saudação é ÈPA BÀBÁ! Oxalá é considerado e cultuado como o maior e mais respeitado de todos os Orixás do panteão africano. Simboliza a paz, é o pai maior nas nações das religiões de tradição africana. É calmo, sereno, pacificador; é o criador e, portanto, é respeitado por todos os Orixás e todas as nações. A Oxalá pertencem os olhos que vêem tudo.
Características dos filhos de Oxalá
Umas das características dos filhos de Oxalá é marcar naturalmente sua presença por onde passam pois tem a aura de autoridade e poder do orixá maior da umbanda e candomblé.
Brilham com facilidade em qualquer ambiente, tanto pelo porte sempre altivo como pelo dom da palavra, que geralmente está associado a este orixá.
Os filhos de Oxalá geralmente são cuidadosos e generosos, e um pouco perfeccionistas e detalhistas ao extremo.
Geralmente o filho de Oxalá é alegre, gosta profundamente da vida, é falador, brincalhão e fanfarrão. Ao mesmo tempo é idealista, defendendo os injustiçados, os fracos e os oprimidos.
Pode-se ver muitos filhos de Oxalá atuando em ong’s e projetos assistenciais. Orgulhoso, é sedento por feitos gloriosos, como todos os guerreiros, mesmo que em função de atos caridosos, pelos quais são conhecidos.
Curiosos, especialmente aqueles que tem como orixá de cabeça o jovem Oxaguiã e dados a liberdade em todos os sentidos, apreciam o amor livre, detestam ser mandados. São sedutores e flertam com todos.
Podem se tornar pais excelentes e mães muito amorosas. Dedicam-se com carinho e ternura às crianças, com quem se relacionam muito naturalmente e gostam da companhia delas, na maioria das vezes. Aqueles que tem a versão mais velha do Oxalá, o velho Oxalufã, podem se tornar um pouco impacientes com crianças.
Relacionam-se com facilidade com os filhos de outros orixás, mas, é sabido por todos aqueles que frequentam os terreiros de umbanda e candomblé que os filhos de Oxalá têm sempre uma certa prevenção em relação às pessoas a quem não conhecem muito bem e demoram a estabelecer confiança em alguém, mas quando se torna amigo, é um grande companheiro.
Oxalá é sincretizado com Jesus Cristo
12 de setembro de 2017
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