24 de agosto de 2018
22 de agosto de 2018
19 de agosto de 2018
17 de agosto de 2018
11 de julho de 2018
3 de julho de 2018
22 de junho de 2018
21 de junho de 2018
Tempo
BELEZA E MORTEEternidade não é o tempo sem fim. Tempo sem fim é insuportável. Já imaginaram uma música sem fim, um beijo sem fim, um livro sem fim? Tudo o que é belo tem de terminar. Tudo o que é belo tem de morrer. Beleza e morte andam sempre de mãos dadas. Eternidade é o tempo completo, esse tempo do qual a gente diz: “valeu a pena”. Não é preciso evolução, não é preciso transformação: o tempo é completo e a felicidade é total.
O TEMPO
Há duas formas de marcar o tempo. Uma delas foi inventada por homens que amam a precisão dos números, matemáticos, astrônomos, cientistas, técnicos. Para marcar o tempo de forma precisa, eles fabricaram ampulhetas, relógios, cronômetros, calendários. Nesses artefatos técnicos, todos os pedaços do tempo – segundos, minutos, dias, anos – são feitos de uma mesma substância: números, entidades matemáticas. Não há inícios nem fins, apenas a indiferente sucessão de momentos, que nada dizem sobre alegrias e sofrimentos. Apenas um bolso vazio. Nele, a alma não encontra morada.
Nas Olimpíadas, a performance dos corredores e nadadores é medida até os centésimos. Fico a me perguntar: “Como é que conseguem? Que diferença faz?”.
A outra foi inventada por homens que sabem que a vida não pode ser medida com calendários e relógios. A vida só pode ser marcada com a vida. Os amantes do Cântico dos Cânticos marcavam o tempo do amor pelos frutos maduros que pendiam das árvores. Quando as folhas dos plátanos ficam amarelas sabemos que o outono chegou. Os ipês-rosas e amarelos anunciam o inverno.
Qual a magia que informa os ipês, todos eles, em lugares muito diferentes, que é hora de perder as folhas e florescer? E sem misturar as cores. Primeiro os rosas, depois os amarelos e, finalmente, os brancos.
Sugeri que algum compositor compusesse uma sinfonia ou uma brincadeira musical em três movimentos. Primeiro movimento, “Ipê-rosa”, andante tranquilo, em que os violoncelos cantam a paz e a segurança. Segundo movimento, “Ipê-amarelo”, rondo vivace, em que os metais, cores parecidas com a dos ipês, fazem soar a exuberância da vida. Terceiro movimento, “Ipê-branco”, moderato, em que o veludo dos oboés cantam a mansidão. Seria bom se nós, como os ipês, nos abríssemos para o amor no inverno.
A precisão dos números marca o tempo das máquinas e do dinheiro. O tempo do amor se marca com o corpo.
Um calendário é coisa precisa: anos, meses, dias, horas, que são marcados com números.
Esses números medem o tempo. Mas os pedaços de tempo são bolsos vazios: nada há dentro deles. O bolso vazio do tempo se torna parte do nosso corpo quando o enchemos com vida. Aí o tempo não mais pode ser representado por números. O tempo aparece como um fruto que vai sendo comido: é belo, é colorido, é perfumado. E, à medida que vai sendo comido, vai acabando. Vem a tristeza. O tempo da vida se marca por alegrias e tristezas. Há inícios e há fins.
Tempus fugit; o tempo foge. Portanto, carpe diem: colha o dia como um fruto que amanhã estará podre.
Viver ao ritmo de alegrias e tristezas é ser sábio. “Sapio”, no latim, quer dizer, “eu saboreio”.
O sábio é um degustador da vida. A vida não é para ser medida. Ela é para ser saboreada.
Um texto bíblico diz: “Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos um coração sábio”. Acho que Jesus sorriria se eu acrescentasse ao “Pai-Nosso” outra súplica: “A fruta nossa de cada dia dá-nos hoje…”. Caqui, pitanga, morango à beira do abismo, melancia… Heráclito foi um filósofo grego fascinado pelo tempo. Contemplava o rio e via que tudo é rio.
Percebeu que não é possível entrar duas vezes no mesmo rio; na segunda vez, as águas serão outras, o primeiro rio já não existirá. Tudo é água que flui: as montanhas, as casas, as pedras, as árvores, os animais, os filhos, o corpo… Assim é tudo, assim é a vida: tempo que flui sem parar. Daquilo que ele supostamente escreveu, restam apenas fragmentos enigmáticos. Dentre eles, um me encanta: “Tempo é criança brincando, jogando; da criança o reinado”.
Para nós, o tempo é um velho, cada vez mais velho, sobre quem se acumulam os anos que passam e de quem a vida foge. Heráclito, ao contrário, diz que o tempo é criança, início permanente, movimento circular, o fim que volta sempre ao início, fonte de juventude eterna, possibilidade de novo começos.
Tempo é criança? O que o filósofo queria dizer exatamente eu não sei. Mas sei que as crianças odeiam Chronos, o deus dos cronômetros, dos segundos, dos centésimos de segundos O relógio é o tempo do dever: corpo engaiolado.
MOMENTOS EFÊMEROS
Rubem Alves, “Do Universo à Jabuticaba”. (crônicas). São Paulo: Editora Planeta do Brasil, 2010
30 de maio de 2018
29 de abril de 2018
Você ja foi até o Rio Negro, não?
Tem que ir. Tem que ir.
Eu um negro nessa cidade portuaria
Nas aguas do rio negro me reconheço. Eu sou da cor do rio.
Do rio negro.
Eu um negro
Aqui não tem muitos negros.
Na equipe do filme sou o único negro.
A luz quando entra no rio negro acende nas entranhas o vermelho.
Eu preto e vermelho.
Eu um negro
11 de abril de 2018
6 de abril de 2018
24 de março de 2018
23 de março de 2018
21 de março de 2018
Não se desconstrói um homem
Nunca houveram desconstruídos
Um homem só pode vir abaixo a golpes
Assim como a casa que só se entrega pela força da demolição
tijolo a tijolo
Quero ser um homem em demolição
Ruir
Trincar
Cair pra só então poder me levantar
Edificar
Separo no entulho algo que presta
Que não se quebrou
Tijolo a tijolo
Com as próprias mãos
9 de março de 2018
5 de março de 2018
23 de fevereiro de 2018
16 de fevereiro de 2018
26 de janeiro de 2018
Ocupação Principal
Filmador(a) independente
Atividade Principal (CNAE)
74.20-0/04 - Filmagem de festas e eventos
Ocupações Secundárias Atividades Secundárias (CNAE)
Locador(a) de outras máquinas e
equipamentos comerciais e
industriais não especificados
anteriormente, sem operador,
independente
77.39-0/99 - Aluguel de outras máquinas e equipamentos comerciais e industriais
não especificados anteriormente, sem operador
Bikeboy (ciclista mensageiro)
independente 53.20-2/02 - Serviços de entrega rápida
Cantor(a)/músico(a) independente 90.01-9/02 - Produção musical
Disc jockey (dj) ou video jockey (vj)
independente 90.01-9/06 - Atividades de sonorização e de iluminação
Editor(a) de vídeo, independente 59.12-0/99 - Atividades de pós-produção cinematográfica, de vídeos e de
programas de televisão não especificadas anteriormente
Fotógrafo(a) independente 74.20-0/01 - Atividades de produção de fotografias, exceto aérea e submarina
Instrutor(a) de arte e cultura em
geral, independente 85.92-9/99 - Ensino de arte e cultura não especificado anteriormente
Eletricista em residências e
estabelecimentos comerciais,
independente
43.21-5/00 - Instalação e manutenção elétrica
Instrutor(a) de música, 85.92-9/03 - Ensino de música
independente
Proprietário(a) de camping
independente 55.90-6/02 - Campings
Transportador(a) municipal de
cargas não perigosas(carreto),
independente
49.30-2/01 - Transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e
mudanças, municipal
minha vida mei
minha vida mei
22 de janeiro de 2018
Hoje tirei para ouvir o primeiro disco do graveola
foi bom lembrar daquele tempo entre amigos filmando tocando e descobrindo a vida com meus queridos amirros.
hoje estamos um pouco dispersos mas ainda muito juntos. vocês vivem em mim.
Do disco essa canção me bateu mais forte.
uma composição de luiz e zé cada um fez uma parte. por isso dois lados. uma bela canção.
21 de janeiro de 2018
sinto saudades de um amigo que não tive a oportunidade de conhecer de perto
saudades da vida
como a sensação de pensar que realmente se vai morrer. deixar a vida à força de uma doença
saudade de mim
de alguém
de ligar no fixo e falar por horas
saudade d'um carinho
de uma amigue do peito por perto
e de canção
tristeza e beleza
dormir com um barulho desses
a morte inesperada de uma pessoa próxima é a morte de cada um de nós
aproveito o embalo dessa partida
pra derramar outras tristezas
nessa noite de lua nova
anoiteço em meu lugar
ouço as músicas do flávio henrique
faço seu itinerário
um compositor nunca morre
saudades da vida
como a sensação de pensar que realmente se vai morrer. deixar a vida à força de uma doença
saudade de mim
de alguém
de ligar no fixo e falar por horas
saudade d'um carinho
de uma amigue do peito por perto
e de canção
tristeza e beleza
dormir com um barulho desses
a morte inesperada de uma pessoa próxima é a morte de cada um de nós
aproveito o embalo dessa partida
pra derramar outras tristezas
nessa noite de lua nova
anoiteço em meu lugar
ouço as músicas do flávio henrique
faço seu itinerário
um compositor nunca morre
19 de janeiro de 2018
18 de janeiro de 2018
Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos...
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
(Carlos Drummond de Andrade)
extraído da página de Carla Maia na ocasião da morte de Flávio Henrique.
Um poema para o dia de hoje, em que há tantos de luto:
extraído da página de Carla Maia na ocasião da morte de Flávio Henrique.
Um poema para o dia de hoje, em que há tantos de luto:
15 de janeiro de 2018
8 de janeiro de 2018
NO REINO DA POESIA
(inspirado por Carlos Drummond de Andrade)
Não escreva poemas
sobre você mesmo.
(inspirado por Carlos Drummond de Andrade)
Não escreva poemas
sobre você mesmo.
Não chame atenção
para as suas revelações
nem faça confissões.
Mesmo se a intenção
for expiar dor,
superar culpa,
acalmar sua
compreensível raiva,
não exume
o luto da sua mãe,
o tormento sexual do seu irmão,
a ladroagem da sua irmã,
o ódio de seu pai por ele mesmo,
o fortuito mapa astral do seu padrasto.
Sentimentos não são poemas.
Parentes deveriam ser deixados
em seus habitats naturais,
na sarjeta
ou ao lado do caixa.
Não escreva poemas
sobre os outros.
Deixe maridos de fora,
divorciadas, alcoólatras,
adolescentes pustulentos, enfermeiras.
Já existe um excesso
de roteiros enfadonhos.
Esqueça os amigos
e inimigos,
bodas
e momentos especiais.
Alguém que trabalha com cartões comemorativos
já contemplou estes tópicos.
Não escreva sobre
manchetes internacionais,
a criança que desapareceu
e seus restos mortais,
a praia em fogo
e a página engolida,
o quinquagésimo
discurso do presidente.
Seja lá o que aconteceu
não foi um poema.
Não tente mostrar
o quão sensível você é.
Outros já alegaram
serem plantas.
Não é necessário mostrar
o quão insensível você é
já que isto é um fato
indiscutível.
Não escreva poemas
ligando
um evento corriqueiro
em sua vida
— fazer a barba, arrumar o sutiã, andar de metrô,
admirar um por do sol particularmente pitoresco —
a um momento significativo da história
— pogrom, fome, exílio e assassinato —
ou a um mito — estupro, ciúmes, ou rejeição —
na verdade a qualquer coisa que tenha um tema.
Poemas não são papers
apresentados em congressos.
Não cante as alegrias da cidade
ou liste as virtudes da vida rural.
Não mencione cisnes,
mortadela, olhos ressecados,
ou filósofos de uma orelha só.
Piqueniques e pinturas não são poemas.
Não lance mão de dramas
ou mentiras.
Não utilize seus desejos
como um ponto de partida.
Segredos devem ser
deixados onde estão.
Não fique de pé
em um teatro em chamas
e declare
“ninguém dá ouvidos à poesia”.
Não escreva poemas
sobre como poetas
ganham mal.
Jogue fora
suas memórias,
enterre seus espelhos.
- - - - - - -
de “Sotto Voce e outros poemas”, de John Yau, em tradução de Marcelo F. Lotufo, publicado pelas edições Jabuticaba.
para as suas revelações
nem faça confissões.
Mesmo se a intenção
for expiar dor,
superar culpa,
acalmar sua
compreensível raiva,
não exume
o luto da sua mãe,
o tormento sexual do seu irmão,
a ladroagem da sua irmã,
o ódio de seu pai por ele mesmo,
o fortuito mapa astral do seu padrasto.
Sentimentos não são poemas.
Parentes deveriam ser deixados
em seus habitats naturais,
na sarjeta
ou ao lado do caixa.
Não escreva poemas
sobre os outros.
Deixe maridos de fora,
divorciadas, alcoólatras,
adolescentes pustulentos, enfermeiras.
Já existe um excesso
de roteiros enfadonhos.
Esqueça os amigos
e inimigos,
bodas
e momentos especiais.
Alguém que trabalha com cartões comemorativos
já contemplou estes tópicos.
Não escreva sobre
manchetes internacionais,
a criança que desapareceu
e seus restos mortais,
a praia em fogo
e a página engolida,
o quinquagésimo
discurso do presidente.
Seja lá o que aconteceu
não foi um poema.
Não tente mostrar
o quão sensível você é.
Outros já alegaram
serem plantas.
Não é necessário mostrar
o quão insensível você é
já que isto é um fato
indiscutível.
Não escreva poemas
ligando
um evento corriqueiro
em sua vida
— fazer a barba, arrumar o sutiã, andar de metrô,
admirar um por do sol particularmente pitoresco —
a um momento significativo da história
— pogrom, fome, exílio e assassinato —
ou a um mito — estupro, ciúmes, ou rejeição —
na verdade a qualquer coisa que tenha um tema.
Poemas não são papers
apresentados em congressos.
Não cante as alegrias da cidade
ou liste as virtudes da vida rural.
Não mencione cisnes,
mortadela, olhos ressecados,
ou filósofos de uma orelha só.
Piqueniques e pinturas não são poemas.
Não lance mão de dramas
ou mentiras.
Não utilize seus desejos
como um ponto de partida.
Segredos devem ser
deixados onde estão.
Não fique de pé
em um teatro em chamas
e declare
“ninguém dá ouvidos à poesia”.
Não escreva poemas
sobre como poetas
ganham mal.
Jogue fora
suas memórias,
enterre seus espelhos.
- - - - - - -
de “Sotto Voce e outros poemas”, de John Yau, em tradução de Marcelo F. Lotufo, publicado pelas edições Jabuticaba.
27 de dezembro de 2017
13 de dezembro de 2017
5 de dezembro de 2017
3 de dezembro de 2017
23 de novembro de 2017
.
.
O chakra do coração é o cerne da
receptividade e da aceitação. Um dos benefícios de mergulhar nas
meditações que envolvem esse chakra é a possibilidade ou mesmo a
facilidade de tornar-se uma pessoa cada vez mais receptiva. A palavra
receptividade vem de recipiere – receber, acolher. Com esse
chakra desenvolvido, revela-se uma capacidade natural de acolher toda
sorte de contrariedades e você se sente emocionalmente acolhido pelo
mundo. Quando harmonizado ele lhe dá a sensação de pertencer ao lugar
onde você está pisando, ser amparado por uma “atmosfera espiritual” e
“sustentado” pela força que organiza o Universo. O chakra do coração
saudável leva você a acolher o outro e esse é um dos segredos da
felicidade por ele gerada. Ele produz um vívido senso de companheirismo e
sentimento de cumplicidade pelo próximo.
O seu quarto chakra é hospitaleiro também
com você mesmo, nele você encontra o seu “lar”. Osho diz em seus
discursos: “lar é onde o coração está”. Você se sente em casa quando o
coração está presente. Na verdade, você se sente em casa “dentro” do seu
coração, quando aprende a habitar o chakra cardíaco; quando passa a
aceitar a infinita hospitalidade que ele tem em relação a você, a
infinita hospitalidade que você carrega no centro do peito. Quando
aprende a abrir mão da mente para confiar na hospitalidade do coração.
Para conhecer a meditação precisamos, mesmo que por momentos, abrir mão
de nossas mentes, mas não o fazemos por medo da morte, pressupondo que
ficar sem pensar é perder o controle e que isso significaria a morte. E
este medo da morte está ligado ao medo de ficar sozinho. Porém, você
nunca irá se sentir sozinho se conhecer com intimidade seu chakra do
coração. Em lugar de se sentir sozinho, irá sentir-se consigo mesmo, e
integrado a todo o universo. Se você se sente sozinho, na verdade, é por
estar afastado do seu quarto chakra.
O chakra do coração é um “telefone
desocupado”. A mente é um telefone sempre ocupado. Há uma história
tradicional sufi que fala do discípulo que foi reclamar com o mestre:
“Mestre, eu tenho tentado de tantas maneiras, mas não consigo falar com
Deus, como fazer?”, é quando o Mestre vira-se e sentencia: “em vez de me
pedir o telefone de Deus, seria melhor você desocupar o seu telefone,
pois Ele tenta ligar para você insistentemente, mas encontra sempre sua
linha ocupada”. A mente é um telefone sempre ocupado. O coração é como
um poderoso PABX para onde podem ligar 300 pessoas, sempre haverá uma
linha disponível para acolher a quem chega.
A aceitação do chakra do coração não deve
ser confundida com passividade. Ela é pura afabilidade, é uma capacidade
de atender ao que vem do lado de fora, enquanto a passividade é
resistir ao que vem de fora. A passividade é a habilidade de evitar
estímulos enquanto a aceitação do quarto chakra é uma resposta plena e
completa do estímulo que chega a você.
O acolhimento do quarto chakra começa por
agasalhar a própria pessoa, o dono do chakra. Começa por abrigá-lo e
ampará-lo. O primeiro a poder se refugiar em seu quarto chakra é você
mesmo; ele lhe dá a capacidade de acolher ao outro sem que você perca o
seu centro. Basta que você se lembre de que também pode se acolher nele.
Quando você entra em meditação está
entrando no caminho do desconhecido; se você está buscando a meditação,
está buscando algo que desconhece e não uma confirmação daquilo que
conhece e, para que você possa entrar plenamente em uma área
desconhecida, é melhor ter a aceitação e a confiança que esse chakra
proporciona. A espiritualidade é algo que não se pode enxergar com os
olhos costumeiros. É necessário estar receptivo para poder entrar em
contato direto com ela; na verdade, é ela quem se contata com o seu ser,
da forma e na medida em que é possível, na medida em que você permite.
Esse é o sentido da aceitação e da receptividade para a experiência
espiritual. A busca da espiritualidade consciente talvez dependa muito
mais de uma atitude receptiva do que ativa. Meditação é, no fundo, a
arte de saber aceitar integralmente. A realização espiritual já está
aqui o tempo todo, não precisa ser buscada, mas “recebida”.
Meditação é entrar em contato com uma
“contra-parte” sua. Essa “contra-parte” está sempre observando e
testemunhando o que se passa, o que acontece com a sua “parte
consciente”. Na meditação você tem a atitude de testemunhar a si mesmo,
para entrar em sintonia com esta “contra-parte”. Para a meditação
acontecer, é necessário ir aos poucos se tornando receptivo, e desta
maneira estabelecer o contato com essa consciência que já existe em
você.
E para você chegar aí e poder contar com a
receptividade necessária, o caminho mais simples e curto é abrir, limpar
e vitalizar o chakra do coração. A receptividade deste chakra é a mais
democrática; ela está ao alcance de qualquer ser humano, por mais
simples ou complexo que seja. Incluindo, é claro, eu e você.
Lar é onde o Coração Estáhttp://pedrotornaghi.com.br/blogger/?page_id=294
3 de novembro de 2017
31 de outubro de 2017
29 de outubro de 2017
27 de outubro de 2017
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