25 de novembro de 2012



Meu dia é noite. Meu doce é forte. Meu segredo é longo. Minha memória é fértil. Minha imaginação é pasto. Meu coração é misterioso. Meu profundo é luminoso. Meu rastro é embaralhado. Minha conduta é oculta. Meu existir é independente. Meu interesse é poesia. Minha forma é morna. Meu olhar é enganoso. Meu caminho é torto. Minha sede é plástica. Meu barulho é brusco. Meu vazio é inválido. Meu valor é místico. Meu torpor é flácido. Minha fúria é frígida. Minha dor é pouca. Minha coragem é leve. Minha leveza é lúcida. Minha dureza é crosta. Meu medo é casca. Minha camisa-de-força é de vênus. Minha distância é harmônica. Meu desejo é melodia.


Gustavo Amaral Kaiowá

Nenhum comentário:

Postar um comentário