16 de março de 2017

Em 30 de julho completaram-se 35 anos da histórica greve dos operários da construção de Belo Horizonte (MG), deflagrada em julho de 1979, que ganhou o nome de “Rebelião dos Pedreiros”, tamanha a sua massividade, combatividade e revolta dos operários contra a situação de opressão e arrocho a que estavam submetidos. Como um turbilhão, a massa operária irrompeu pelas ruas desafiando a fascista ordem do regime militar pró-ianque, que reprimia a ferro e fogo todo movimento de resistência.
No dia 30 de julho de 1979, quase todas as obras foram paralisadas pela cidade. Os trabalhadores saíram dos canteiros de obra e concentraram-se na Praça da Estação. A polícia tentou cercar os manifestantes que romperam o cerco partindo em passeata para o antigo campo do Atlético, onde hoje funciona o Diamond Mall. Um táxi, que forçou caminho entre a multidão, atropelou um operário. O motorista se recusou a socorrer o ferido e o carro foi incendiado no meio da avenida. A greve se radicalizou.
Nos últimos dias de julho, o comércio cerrou suas portas no centro de Belo Horizonte. O antigo campo do Atlético foi palco de concorridíssimas assembleias, onde milhares de operários despertaram-se para a luta.
No dia 30 de julho, a cidade parou.
A tropa da PM investiu contra os operários com cacetadas e disparando armas de fogo. Um dos tiros disparados pela PM atingiu o peito do operário tratorista Orocílio Martins Gonçalves, que caiu mortalmente ferido. Os operários responderam com pedradas e a repressão recrudesceu. Trabalhadores tentaram resgatar o corpo do companheiro morto, mas foram impedidos pela saraivada de balas que a PM continuou a disparar. O muro lateral do ex-campo do Atlético ficou marcado de balas. Até hoje os assassinos do companheiro Orocílio Gonçalves, 24 anos, pai de um filho, continuam impunes.

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