1 de fevereiro de 2013
28 de janeiro de 2013
26 de janeiro de 2013
21 de janeiro de 2013
19 de dezembro de 2012
Ao pé da letra #222 (António Guerreiro): A miserável riqueza
Aqui ao lado há um texto sobre a pobreza. Acrescentemos-lhe como complemento necessário algumas considerações sobre a riqueza. Só a partir do momento em que a pobreza se tornou uma noção exclusivamente económica é que se passou a opor, sem qualquer desvio, à riqueza. O conceito de pobreza teve uma amplitude metafísica, hoje perdida, que encontramos nos grandes místicos (por exemplo, no mestre Eckhart) e em Espinosa, que nos fala da potentia da pobreza. Nesta aceção, vinda das ordens religiosas, os pobres viviam da sua própria riqueza, da sua perfeição intrínseca. E que riqueza era essa? A autonomia total, a força imensa de quem não tem nada e não quer nada e, por isso, escapa à apropriação e à lógica da propriedade. Assim entendida, a pobreza não se opõe à riqueza, mas à miséria. Quando, porém, a pobreza se tornou uma noção económica, passou a designar apenas o polo negativo da riqueza. E esta ficou exclusivamente associada à vida burguesa que simula uma falsa plenitude. Porquê?
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A pobreza era dona do tempo (ele era a única coisa de que as ordens monásticas se apropriavam), mas os ricos burgueses são hoje, por definição, consumidores de tempo que falta. Consomem dinheiro, muito dinheiro, e como é sabido a regra a que obedecem é exatamente oposta à das regras monásticas. É a regra que diz: “Tempo é dinheiro.” Nesta condição, não há tempo que chegue, porque o dinheiro só é vivo se não parar a sua circulação e acumulação. E, na medida em que só conhece o valor de troca, a forma moderna de riqueza eliminou o valor de uso. Os ricos de hoje não possuem uma riqueza, mas são possuídos por ela. Nada ilustra melhor esta situação do que o capitalista que é um assalariado da sua própria empresa, com horário de trabalho e gabinete de trabalho com vista para a miséria do mundo que é o microcosmos empresarial.
António Guerreiro, «Ao pé da letra»,Expresso-Atual, Portugal, 15.12.2012. |
copiado de http://aindanaocomecamos.blogspot.pt/2012/12/ao-pe-da-letra-222-antonio-guerreiro.html
30 de novembro de 2012
29 de novembro de 2012
28 de novembro de 2012
25 de novembro de 2012
Meu dia é noite. Meu doce é forte. Meu segredo é longo. Minha memória é fértil. Minha imaginação é pasto. Meu coração é misterioso. Meu profundo é luminoso. Meu rastro é embaralhado. Minha conduta é oculta. Meu existir é independente. Meu interesse é poesia. Minha forma é morna. Meu olhar é enganoso. Meu caminho é torto. Minha sede é plástica. Meu barulho é brusco. Meu vazio é inválido. Meu valor é místico. Meu torpor é flácido. Minha fúria é frígida. Minha dor é pouca. Minha coragem é leve. Minha leveza é lúcida. Minha dureza é crosta. Meu medo é casca. Minha camisa-de-força é de vênus. Minha distância é harmônica. Meu desejo é melodia.
Gustavo Amaral Kaiowá
22 de novembro de 2012
9 de novembro de 2012
.. Hoje entendo bem meu pai. Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver".
("Mar sem fim"- Amyr Klink)
("Mar sem fim"- Amyr Klink)
8 de novembro de 2012
30 de outubro de 2012
26 de outubro de 2012
23 de outubro de 2012
16 de outubro de 2012
14 de outubro de 2012
12 de outubro de 2012
8 de outubro de 2012
2 de outubro de 2012
"diga-me com quem tu andas que eu te direi com que estás andando"
Meus amigos são um barato!
Queria agradecer todo mundo que veio na festinha sexta aqui em casa. Sem palavras para a alegria de recebê-los no nosso quilombo.
Valeu demais os DJs Naroca, Corisco Dub e Sandrinha que seguraram a pixta bombando até o sol raiar.
Valeu Casinha por emprestar os equipamentos!
E quem não pôde vir mandou um axé que eu senti de cá.
que venham mais 28 em péssimas companhias.
27 de setembro de 2012
26 de setembro de 2012
"Carlos, sossegue, o amor
é isso que você está vendo:
hoje beija, amanhã não beija,
depois de amanhã é domingo
e segunda-feira ninguém sabe
é isso que você está vendo:
hoje beija, amanhã não beija,
depois de amanhã é domingo
e segunda-feira ninguém sabe
o que será.
Inútil você resistir
ou mesmo suicidar-se.
Não se mate, oh não se mate,
Reserve-se todo para
as bodas que ninguém sabe
quando virão,
se é que virão.
O amor, Carlos, você telúrico,
a noite passou em você,
e os recalques se sublimando,
lá dentro um barulho inefável,
rezas,
vitrolas,
santos que se persignam,
anúncios do melhor sabão,
barulho que ninguém sabe
de quê, praquê.
Entretanto você caminha
melancólico e vertical.
Você é a palmeira, você é o grito
que ninguém ouviu no teatro
e as luzes todas se apagam.
O amor no escuro, não, no claro,
é sempre triste, meu filho, Carlos,
mas não diga nada a ninguém,
ninguém sabe nem saberá.
Não se mate"
Carlos Drummond de Andrade.
Inútil você resistir
ou mesmo suicidar-se.
Não se mate, oh não se mate,
Reserve-se todo para
as bodas que ninguém sabe
quando virão,
se é que virão.
O amor, Carlos, você telúrico,
a noite passou em você,
e os recalques se sublimando,
lá dentro um barulho inefável,
rezas,
vitrolas,
santos que se persignam,
anúncios do melhor sabão,
barulho que ninguém sabe
de quê, praquê.
Entretanto você caminha
melancólico e vertical.
Você é a palmeira, você é o grito
que ninguém ouviu no teatro
e as luzes todas se apagam.
O amor no escuro, não, no claro,
é sempre triste, meu filho, Carlos,
mas não diga nada a ninguém,
ninguém sabe nem saberá.
Não se mate"
Carlos Drummond de Andrade.
25 de setembro de 2012
12 de setembro de 2012
10 de setembro de 2012
2 de setembro de 2012
30 de agosto de 2012
29 de agosto de 2012
Eu só acreditava em Drummond:
Não conhecia o amor que fulgura sem aviso
esse que se sabe proibido
o amor que já se sabe perdido desde o início
Eu não acreditava no impossível
vinha tão sóbria, tão cheia de medidas
não conhecia o esplendor da queda
nem a violência dos abismos
Iracema Macedo
http://lasinistra.tumblr.com/
Iracema Macedo
http://lasinistra.tumblr.com/
28 de agosto de 2012
27 de agosto de 2012
21 de agosto de 2012
12 melhores frases de nelson rodrigues selecionadas por Xico Sá
- O homem começa a morrer na sua primeira experiência sexual.
- Tarado é toda pessoa normal pega em flagrante.
- Toda mulher bonita é um pouco a namorada lésbica de si mesma.
- O marido não deve ser o último a saber. O marido não deve saber nunca.
- A grande, a perfeita solidão exige a companhia ideal.
- A imparcialidade só merece a nossa gargalhada.
- Todo tímido é candidato a um crime sexual.
- Muitas vezes é a falta de caráter que decide uma partida. Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos.
- Toda unanimidade é burra. Quem pensa com a unanimidade não precisa pensar.
- Ou a mulher é fria ou morde. Sem dentada não há amor possível.
- Só não estamos de quatro, urrando no bosque, porque o sentimento de culpa nos salva.
18 de agosto de 2012
10 de agosto de 2012
6 de agosto de 2012
3 de agosto de 2012
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