6 de maio de 2013

“Serei tua quando passares cem noites com seu violão em meu jardim, sob minha janela, disse a menina ao rapaz. Mas, na nonagésima nona noite, ele se levantou, colocou o violão debaixo do braço. e partiu.”

4 de maio de 2013

2 de maio de 2013



Show do Grupo Diapasão - sou câmera da esquerda

29 de abril de 2013


O amor acaba

                                                        Por Paulo Mendes Campos



O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova Iorque; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.

26 de abril de 2013


"O olho vê, a lembrança revê e a imaginação transvê. É preciso transver o mundo." (Manoel de Barros)

25 de abril de 2013

24 de abril de 2013

dropei
não procurei esconder
todos viram
parem
eu confesso
sou poeta

cada manhã que nasce
me nasce
uma rosa na face

parem
eu confesso
sou poeta

só meu amor é meu deus

eu sou seu profeta
P.L.
o melhor atalho do mac:

comand + shift + 4
tem coisas que só o tempo faz por nós.

encara como bênção pois é tudo compulsório.
amei o que pude

amei sempre que pude

tudo posso naquele que amei

e nada me faltarás

23 de abril de 2013

labor from bruno vasconcelos on Vimeo.

bela homenagem de bruno guanambi ao mestre aloysio raulino ainda em vida.


"O que nenhum olho humano é capaz de captar, nenhum lápis, pincel, caneta de reter, sua câmera capta sem saber o que é e retém com a indiferença escrupulosa de uma máquina"

robert bresson

15 de abril de 2013

13 de abril de 2013


categories - hairy

8 de abril de 2013

Escrever 

Escrever 
Poesia é 
O ato 

Mais
Sério do
Mundo.

Assim como
No amor
Tudo se

Revela.
As palavras vibram
Se são

Verdadeiras.
Como o corpo
Vibra no

Amor,
Vibram as palavras
Sobre o papel.

Tomaz Salamun

post de fundação: Vândalos do Asfalto


hoje é o dia da fundação do meu próprio motoclube cujo presidente e único associado sou eu. Vândalos do Asfalto - MG - Brasil

18 de março de 2013



sobre motos e seus barulhos

eu uso o escapamento original e silencioso porque os esportivos não deixam ouvir os nossos próprios pensamentos. e moto tem uma quê de divã. sobre elas a gente rumina muita coisa. 

12 de março de 2013




Tambor de Crioula na sede da guarda de congo e mocambique 13 de maio de Nossa Senhora do Rosário

11 de março de 2013



vídeo que fizemos para a última festa aqui em casa. foi o bujão quem editou.

4 de março de 2013

1 de março de 2013

O Carnaval é disperso. Você não sabe onde colocar o desejo.

xico sá

23 de fevereiro de 2013

Interlúdio from ruan on Vimeo.


operei steadicam nesse filme de uma galera que considero pakas da UNA. A fotografia é do rick mello.

14 de fevereiro de 2013

não abro links com matérias sobre o carnaval ou movimentos como a praia da estação. é tão frustrante ver o que o jornalismo faz com o que sentimos e vivemos que eu prefiro nem ler.  uma redução tão tosca. às vezes me pergunto se o jornalismo devia existir.



7 de fevereiro de 2013



Chama o Síndico!
no carnaval baqueta é igual a isqueiro.

6 de fevereiro de 2013

musa


um gif para animar o blog

naroca eu te amo

1 de fevereiro de 2013

28 de janeiro de 2013

opinião:

fotos de instagram são uma puta falta de respeito com uma coisa linda chamada profundidade de campo. escolher depois do clique qual parte da foto vai ser desfocada é roubar no meu jogo. e não tem graça nenhuma.

26 de janeiro de 2013

21 de janeiro de 2013

promessas para 2013:
aprender a surfar
botar um pé fora da cidade
viajar de motoca

12 de janeiro de 2013

o amor é uma ficção para se viver sob o risco do real


19 de dezembro de 2012


Ao pé da letra #222 (António Guerreiro): A miserável riqueza


Aqui ao lado há um texto sobre a pobreza. Acrescentemos-lhe como complemento necessário algumas considerações sobre a riqueza. Só a partir do momento em que a pobreza se tornou uma noção exclusivamente económica é que se passou a opor, sem qualquer desvio, à riqueza. O conceito de pobreza teve uma amplitude metafísica, hoje perdida, que encontramos nos grandes místicos (por exemplo, no mestre Eckhart) e em Espinosa, que nos fala da potentia da pobreza. Nesta aceção, vinda das ordens religiosas, os pobres viviam da sua própria riqueza, da sua perfeição intrínseca. E que riqueza era essa? A autonomia total, a força imensa de quem não tem nada e não quer nada e, por isso, escapa à apropriação e à lógica da propriedade. Assim entendida, a pobreza não se opõe à riqueza, mas à miséria. Quando, porém, a pobreza se tornou uma noção económica, passou a designar apenas o polo negativo da riqueza. E esta ficou exclusivamente associada à vida burguesa que simula uma falsa plenitude. Porquê?   ¶ 
A pobreza era dona do tempo (ele era a única coisa de que as ordens monásticas se apropriavam), mas os ricos burgueses são hoje, por definição, consumidores de tempo que falta. Consomem dinheiro, muito dinheiro, e como é sabido a regra a que obedecem é exatamente oposta à das regras monásticas. É a regra que diz: “Tempo é dinheiro.” Nesta condição, não há tempo que chegue, porque o dinheiro só é vivo se não parar a sua circulação e acumulação. E, na medida em que só conhece o valor de troca, a forma moderna de riqueza eliminou o valor de uso. Os ricos de hoje não possuem uma riqueza, mas são possuídos por ela. Nada ilustra melhor esta situação do que o capitalista que é um assalariado da sua própria empresa, com horário de trabalho e gabinete de trabalho com vista para a miséria do mundo que é o microcosmos empresarial.

António Guerreiro, «Ao pé da letra»,Expresso-Atual, Portugal, 15.12.2012.


copiado de http://aindanaocomecamos.blogspot.pt/2012/12/ao-pe-da-letra-222-antonio-guerreiro.html

30 de novembro de 2012

29 de novembro de 2012



documentário do Bob completo - leg port

28 de novembro de 2012

25 de novembro de 2012



Meu dia é noite. Meu doce é forte. Meu segredo é longo. Minha memória é fértil. Minha imaginação é pasto. Meu coração é misterioso. Meu profundo é luminoso. Meu rastro é embaralhado. Minha conduta é oculta. Meu existir é independente. Meu interesse é poesia. Minha forma é morna. Meu olhar é enganoso. Meu caminho é torto. Minha sede é plástica. Meu barulho é brusco. Meu vazio é inválido. Meu valor é místico. Meu torpor é flácido. Minha fúria é frígida. Minha dor é pouca. Minha coragem é leve. Minha leveza é lúcida. Minha dureza é crosta. Meu medo é casca. Minha camisa-de-força é de vênus. Minha distância é harmônica. Meu desejo é melodia.


Gustavo Amaral Kaiowá

"um filme é necessariamente feito por causa de uma necessidade pessoal, uma experiência ou uma raiva".

Jean-Marie Straub

22 de novembro de 2012

12 de novembro de 2012




queimano os dêdo na praça da estação



tocando no escuro


9 de novembro de 2012



sonzera filmes + brascubazz
.. Hoje entendo bem meu pai. Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou tv. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver".
("Mar sem fim"- Amyr Klink)

te chamam de 
macumbeiro 
maconheiro
mandingueiro
batuqueiro
arruaçeiro
vadio

e pra mim soa como que é só elogio

8 de novembro de 2012

6 de novembro de 2012


milho verde - encontro cultural - público do show do djun - só love