31 de julho de 2013

milho verde - mg
inverno 2013

19 de julho de 2013

A ilha ninguém achou
porque todos o sabíamos.
Mesmo nos olhos havia
uma clara geografia.

Mesmo nesse fim de mar
qualquer ilha se encontrava,
mesmo sem mar e sem fim,
mesmo sem terra e sem mim.

Mesmo sem naus e sem rumos,
mesmo sem vagas e areias,
há sempre um copo de mar
para um homem navegar.

 
Jorge de Lima.
um homem com uma dor
é muito mais elegante
caminha assim de lado
como se chegando atrasado
andasse mais adiante
carrega o peso da dor
como se portasse medalhas
uma coroa um milhão de dólares
ou coisa que os valha

ópios édens analgésicos
não me toquem nessa dor
ela é tudo que me sobra
sofrer, vai ser minha última obra

Paulo Leminski

14 de julho de 2013

12 de julho de 2013

(...) aprendi com os Dogon uma regra incrível, que se transformou na norma da minha vida, que é 'fazer de conta' como fazemos agora. 'Faire comme si' 'Fazer de conta' é ... 'Fazer de conta' que o que dizemos é verdade. (...) Tenho consciência de ter 'feito de conta' a vida toda. Fiz de conta que era engenheiro de estradas, fiz de conta que era ex-combatente. Fiz de conta que lutei na guerra. Fiz de conta etc... E era verdade.

Rouch
procuro o amor ideal
um que tenha bastante torque em baixas rotações.

5 de julho de 2013

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Encher a cara tudo bem. Fumar maconha já é vandalismo.

por 
Lucas Buzatti

4 de julho de 2013

,

já nem sinto mais saudade dos anos 70.

ArraiáBacate do Quilombo



diração imagens edição e atuação: eu e Bujão

3 de julho de 2013

,


"Minas é uma palavra montanhosa." 

Minas não é palavra montanhosa.
É palavra abissal. Minas é dentro e
fundo.

As montanhas escondem o que é Minas.
No alto mais celeste, subterrânea,
é galeria vertical varando o ferro
para chegar ninguém sabe onde.

Ninguém sabe Minas. A pedra
o buriti
a carranca
o nevoeiro
o raio
selam a verdade primeira, sepultada
em eras geológicas de sonho.

Só mineiros sabem. E não dizem
nem a si mesmos o irrevelável segredo
chamado Minas.


A Palavra Minas - Carlos Drummond de Andrade

.

procuro a mulher ideal. uma que seja educadora de cães.

28 de junho de 2013

24 de junho de 2013

18 de junho de 2013


de júlia panadés

rolé








sr. hélio é o mais novo feliz proprietário de uma drag star 2003 com 5mil km rodados.

buscamos a danada

trip com meu pai - são paulo - bh
amar os encontros 
os desencontros 
as despedidas 
as saudades 
os confrontos
os embates
amar o que bate


11 de junho de 2013

Devo seguir até o enjoo?
Posso, sem armas, revoltar-me?
Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.

O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse

(Carlos Drummond de Andrade)

7 de junho de 2013

2 de junho de 2013

dá muito trabalho ser alguém em quem se pode confiar.
Só quando danço me liberto do tempo:
esvoaçam as memórias, levantam vôo de mim.

MIA COUTO
No livro "Mar Me Quer"

29 de maio de 2013

24 de maio de 2013



mais uma bela canção do meu cumpadre luiz gabriel lopes

bateu pesado

23 de maio de 2013

hoje na avenida vi um grupo correndo 
pensei ser uma equipe de corrida
mas era um assalto


na frente o ladrão descalço corria mais que todos os outros que usavam tênis de corrida

da série gifs animados


joana canta


fotos: leandro césar
gif: eu
pixo logo existo

22 de maio de 2013

sou inteiro
mas só consigo pagar meia
é preciso inventar um novo modelo de amor.

20 de maio de 2013

notas sobre a manutenção de motocicletas

o motociclista que cai pensa que tem tudo sob controle até o último instante antes de se ver no chão. é uma cegueira momentânea e realmente tudo acontece muito rápido. a única forma de evitar é aumentar a margem de erro. mantenha a distância. cuidado nas curvas.

ando apaixonado pela música da minha cidade

caído pela música da minha cidade

e eram tantas cidades melodias 

para cada busão tem uma canção

cada esquina, cada cão

cada menina cada praça cada chão

cada palmo que meço em vôo em vão

tem harmonia percuteria contrabaixo e violão

13 de maio de 2013

Caminhando devagar,
preto-velho vai adiante.
Não detenha os passos, filho,
pois pai-velho diz: Avante !
O caminho está difícil?
Provação ou tempestade?
Permanece no caminho,
até que surja claridade.

10 de maio de 2013


Quando há vontade de dizer o que vem até a boca, às vezes, é melhor o silêncio. A distância para o esquecimento. O esquecimento para a proximidade. A proximidade para a distância. E de novo ser livre. A vida executada na sua ordem ordinária. A vida simples sentida em seu caos extra-ordinário!
Quando o silêncio já é ensurdecedor é melhor dizer. Quando o esquecimento já é a ausência completa é melhor lembrar. E de novo ser livre.
Hoje faz frio. A noite foi de chuva passageira. 01h36... mistério pulsando na madrugada...e o que eu não consigo escrever é o que faz a madrugada mais longa. Quem sabe ela já dura um mês ou 2.

7 de maio de 2013

no momento sinto que a guerra travada entre minhas mãos, esquerda e direita, está se acirrando. sou canhoto mas uso a direita como destro para tarefas mais pesadas, arremessar objetos e para tocar percussão, enquanto a esquerda escreve, come e tem mais precisão para pequenos movimentos.

para cortar alimentos as vezes troco a faca de mão dependendo da dificuldade e dureza da leguminosa.

tocar zabumba é uma guerra.

6 de maio de 2013

“Serei tua quando passares cem noites com seu violão em meu jardim, sob minha janela, disse a menina ao rapaz. Mas, na nonagésima nona noite, ele se levantou, colocou o violão debaixo do braço. e partiu.”

4 de maio de 2013

2 de maio de 2013



Show do Grupo Diapasão - sou câmera da esquerda

29 de abril de 2013


O amor acaba

                                                        Por Paulo Mendes Campos



O amor acaba. Numa esquina, por exemplo, num domingo de lua nova, depois de teatro e silêncio; acaba em cafés engordurados, diferentes dos parques de ouro onde começou a pulsar; de repente, ao meio do cigarro que ele atira de raiva contra um automóvel ou que ela esmaga no cinzeiro repleto, polvilhando de cinzas o escarlate das unhas; na acidez da aurora tropical, depois duma noite votada à alegria póstuma, que não veio; e acaba o amor no desenlace das mãos no cinema, como tentáculos saciados, e elas se movimentam no escuro como dois polvos de solidão; como se as mãos soubessem antes que o amor tinha acabado; na insônia dos braços luminosos do relógio; e acaba o amor nas sorveterias diante do colorido iceberg, entre frisos de alumínio e espelhos monótonos; e no olhar do cavaleiro errante que passou pela pensão; às vezes acaba o amor nos braços torturados de Jesus, filho crucificado de todas as mulheres; mecanicamente, no elevador, como se lhe faltasse energia; no andar diferente da irmã dentro de casa o amor pode acabar; na epifania da pretensão ridícula dos bigodes; nas ligas, nas cintas, nos brincos e nas silabadas femininas; quando a alma se habitua às províncias empoeiradas da Ásia, onde o amor pode ser outra coisa, o amor pode acabar; na compulsão da simplicidade simplesmente; no sábado, depois de três goles mornos de gim à beira da piscina; no filho tantas vezes semeado, às vezes vingado por alguns dias, mas que não floresceu, abrindo parágrafos de ódio inexplicável entre o pólen e o gineceu de duas flores; em apartamentos refrigerados, atapetados, aturdidos de delicadezas, onde há mais encanto que desejo; e o amor acaba na poeira que vertem os crepúsculos, caindo imperceptível no beijo de ir e vir; em salas esmaltadas com sangue, suor e desespero; nos roteiros do tédio para o tédio, na barca, no trem, no ônibus, ida e volta de nada para nada; em cavernas de sala e quarto conjugados o amor se eriça e acaba; no inferno o amor não começa; na usura o amor se dissolve; em Brasília o amor pode virar pó; no Rio, frivolidade; em Belo Horizonte, remorso; em São Paulo, dinheiro; uma carta que chegou depois, o amor acaba; uma carta que chegou antes, e o amor acaba; na descontrolada fantasia da libido; às vezes acaba na mesma música que começou, com o mesmo drinque, diante dos mesmos cisnes; e muitas vezes acaba em ouro e diamante, dispersado entre astros; e acaba nas encruzilhadas de Paris, Londres, Nova Iorque; no coração que se dilata e quebra, e o médico sentencia imprestável para o amor; e acaba no longo périplo, tocando em todos os portos, até se desfazer em mares gelados; e acaba depois que se viu a bruma que veste o mundo; na janela que se abre, na janela que se fecha; às vezes não acaba e é simplesmente esquecido como um espelho de bolsa, que continua reverberando sem razão até que alguém, humilde, o carregue consigo; às vezes o amor acaba como se fora melhor nunca ter existido; mas pode acabar com doçura e esperança; uma palavra, muda ou articulada, e acaba o amor; na verdade; o álcool; de manhã, de tarde, de noite; na floração excessiva da primavera; no abuso do verão; na dissonância do outono; no conforto do inverno; em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba.

26 de abril de 2013


"O olho vê, a lembrança revê e a imaginação transvê. É preciso transver o mundo." (Manoel de Barros)

25 de abril de 2013

24 de abril de 2013

dropei
não procurei esconder
todos viram
parem
eu confesso
sou poeta

cada manhã que nasce
me nasce
uma rosa na face

parem
eu confesso
sou poeta

só meu amor é meu deus

eu sou seu profeta
P.L.
o melhor atalho do mac:

comand + shift + 4
tem coisas que só o tempo faz por nós.

encara como bênção pois é tudo compulsório.
amei o que pude

amei sempre que pude

tudo posso naquele que amei

e nada me faltarás

23 de abril de 2013

labor from bruno vasconcelos on Vimeo.

bela homenagem de bruno guanambi ao mestre aloysio raulino ainda em vida.


"O que nenhum olho humano é capaz de captar, nenhum lápis, pincel, caneta de reter, sua câmera capta sem saber o que é e retém com a indiferença escrupulosa de uma máquina"

robert bresson

15 de abril de 2013